sábado, 29 de janeiro de 2011

PROGRAMA EDIÇÃO Nº 365


1) THE VERVE – NOISE IS NOISE
2) THE KILLERS – SHADOWPLAY
3) RELESPÚBLICA – O CAMBURÃO (AO VIVO)
4) CARTOLAS – PARTIDO EM FRANJA
5) MOMBOJÓ & CHINA – SEM PAZ (AO VIVO)
6) MILLENCOLIN – KEMP
7) SYSTEM OF A DOWN – TOXICITY

8) R.E.M. – THE GREAT BEYOND
9) WEEZER – ISLAND IN THE SUN
10) RED HOT CHILI PEPPERS – SCAR TISSUE
11) NEVILTON – PRESSUPOSTO
12) MATANZA – BOM É QUANDO FAZ MAL (AO VIVO)
13) MORDIDA – TOKYO
14) EMPIRE OF THE SUN – WALKING ON A DREAM

15) MODEST MOUSE – DASHBOARD
16) THE CURE – BOYS DON’T CRY
17) CRIATURAS – O HOMEM-MOSCA
18) CACHORRO GRANDE – BOM BRASILEIRO
19) ACÚSTICOS & VALVULADOS – BUBBLEGUM (AO VIVO)
20) COLDPLAY – THE HARDEST PART

21) BEATLES – HERE COMES THE SUN
22) ROLLING STONES – TUMBLING DICE
23) AUTORAMAS – I SAW YOU SAYING (ACÚSTICO)
24) BIDÊ OU BALDE – HOLLYWOOD 52
25) PATO FU – QUALQUER BOBAGEM
26) THE HIVES – YOU GOT IT ALL
27) THE VACCINES – BLOW IT UP
28) BAD CHOPPER – GOOD ENOUGH FOR ME

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

R.E.M. não deve fazer turnê de próximo álbum


O empresário do R.E.M. afirmou que a banda não tem planos de voltar à estrada tão cedo. A banda americana lança em 8 de março o seu novo álbum de estúdio, "Collapse Into Now".

Segundo o site NME, o empresário Bertis Downs afirmou que nem sempre o R.E.M. excursionou para divulgar seus discos e que também não devem se envolver em uma turnê desta vez.

A declaração foi feita ao jornal Athens Banner-Herald, de Athens --cidade de origem da banda.

"Collapse Into Now" será o 15º disco de estúdio do trio e terá participação de Patti Smith e Eddie Vedder, do Pearl Jam, entre outros.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Frente a frente com Dee Dee Ramone


POR ANDRÉ BARCINSKI

Em meados dos anos 90, me envolvi num projeto com os Ramones. Seria um filme sobre a turnê de despedida da banda, que passaria inclusive pela América do Sul.

A idéia era filmar todos os shows e entrevistar fãs, amigos e ex-integrantes.

Isso me levou a Dee Dee Ramone. Na época, ele morava entre a Europa, Argentina (sua mulher, Barbara, era de lá) e o mítico Hotel Chelsea, em Nova York. Foi no Chelsea que o encontrei pela primeira vez para falar do projeto.

O Chelsea é um lendário antro de depravação nova-iorquino, habitado há décadas por artistas e malucos em geral. Foi lá que Sid Vicious matou Nancy (ou não, como veremos a seguir...) William Burroughs, Leonard Cohen e Jim Carroll moraram no hotel, o que dá uma boa idéia do clima geral.

Eu nunca tinha entrado no Chelsea.E a primeira coisa que me impressionou foi a sujeira. O hotel era, literalmente, um pulgueiro. Só que as suítes custavam 400 dólares por noite, que os turistas idiotas pagavam só para viver sua noite de Johnny Thunders...

O quarto de Dee Dee e Barbara deveria estar competindo em algum torneio de lugar mais desarrumado do planeta. Parecia que um furacão havia passado. Roupas, discos e todo tipo de utensílios estavam espalhados. A bagunça era tanta que, quando Dee Dee pediu comida chinesa, tivemos de sentar no chão para almoçar.

Se Joey era a consciência dos Ramones, Dee Dee era o porra louca. Ele era o verdadeiro gênio por trás de tudo. Só que não sabia disso.

Ex-michê, ex-delinquente, ex-assaltante, ex-heroinômano (ex? será?), e um dos sujeitos mais instintivamente brilhantes que já conheci. Era praticamente analfabeto e mal conseguia juntar duas frases, mas escreveu letras autobiográficas de um minimalismo poderoso e atordoante, como “53rd and 3rd”.

Nesse dia, descobri outra coisa sobre Dee Dee. Não sei se era alguma doença ou resultado de alguma medicação, mas o fato é que ele sofria de um grave déficit de atenção. Ele simplesmente não conseguia se concentrar em nada por mais de cinco minutos.

Dee Dee chegava ao cúmulo de parar frases no meio, ficar em silêncio por alguns segundos e depois emendar outro assunto, sem ter terminado o anterior. Digamos que clareza não era o seu forte. Conversar com ele, especialmente para um jornalista, era enlouquecedor.

Certa hora, começamos a conversar sobre o Chelsea, e eu comentei como era impressionante a quantidade de pessoas que vinham todo dia ao hotel pedindo para ficar no quarto onde Sid matara Nancy (só de curiosidade, o quarto não existe mais).

“O quê? Sid matou Nancy? De onde você tirou isso?”, disse Dee Dee. “Todo mundo sabe que não foi isso que aconteceu!”

Seria esse o furo jornalístico do fim de século? Dee Dee revelaria ao mundo o nome do verdadeiro assassino?

“E quem foi, Dee Dee?”

“Porra, foi aquele traficante que vendia heroína pra Nancy... Como é o nome dele... Fuck...Daqui a pouco eu lembro o nome do cara!”.

Foi a última vez que ele tocou no assunto.

Conversamos por pelo menos duas horas. Dee Dee contou algumas histórias sensacionais.

Falou do fracassado projeto que juntaria em Paris ele, Stiv Bators (Dead Boys) e Johnny Thunders - algo como a santíssima trindade da heroína.

Depois, contou em detalhes a morte de Stiv. Segundo Dee Dee, Stiv foi atropelado por um táxi, mas estava tão entorpecido de heroína que simplesmente foi andando de volta para casa. Quando os amigos perceberam que ele estava muito mal, o levaram a um hospital, de onde saiu sem avisar e acabou morrendo de hemorragia interna.

Depois, Dee Dee confirmou a lenda de que teria sido despedido dos Ramones depois de roubar o caminhão da banda e vender todo o equipamento.

Eu tinha um compromisso e precisei me despedir. Dee Dee me convidou para encontrá-lo dali a algumas horas numa galeria de arte no Lower East Side, que iria abrir uma exposição de fotos da época do CBGB’s.

Fui para casa, empolgado com a chance de finalmente conhecer Dee Dee Ramone.

Algumas horas depois, cheguei à tal galeria. Era uma noite badalada: Henry Rollins estava lá, assim como membros do Dictators e metade da cena nova-iorquina de 77.

Dee Dee chegou logo depois. Fui cumprimentá-lo: “Oi, Dee Dee...”

“Who the fuck are you?” disse ele, puto da vida.

“Como assim? Estive te entrevistando a tarde toda, não lembra?”, disse, ainda atordoado.

“Hoje? Tem certeza?”

“Sim, nós marcamos de continuar a entrevista daqui a alguns dias...”

“Ah, tá certo. Tá bom, tá bom, passa no hotel no sábado então”.

Sábado, no horário marcado, eu estava lá. Quem não estava era Dee Dee, que havia saído do hotel na quinta. Nunca mais o vi.

O projeto do filme morreu logo depois. E Dee Dee, em 2002.

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FONTE:
http://andrebarcinski.folha.blog.uol.com.br/

sábado, 22 de janeiro de 2011

PROGRAMA EDIÇÃO Nº 364


1) WEEZER – MEMORIES
2) PEARL JAM – THE FIXER
3) ANACRÔNICA – ELES ME QUEREM ASSIM
4) DISSONANTES – NO SEU LUGAR
5) FAICHECLERES – BAJULAÇÕES MODÉSTIA À PARTE
6) FOO FIGHTERS – BIG ME
7) GORILLAZ – FEEL GOOD INC.
8) STROKES – YOU ONLY LIVE ONCE

9) MORDIDA – TAPETE MOLHADO
10) ULTRAJE À RIGOR – CIÚME
11) BIDÊ OU BALDE – MELISSA
12) RED HOT CHILI PEPPERS – BREAKING THE GIRL
13) CANSEI DE SER SEXY – LEFT BEHIND

14) THE KILLERS – MR. BRIGHTSIDE
15) THE SMITHS – HAND IN GLOVE
16) SABONETES – HOTEL
17) SUPERGUIDIS – VISÃO ALÉM DO ALCANCE
18) TEQUILA BABY – SE VOCÊ QUER GRITAR
19) SONIC YOUTH – YOUTH AGAINST FASCISM
20) RANCID – RUBY SOHO
21) B 52’S – LEGAL TENDER
22) LOBÃO – ME CHAMA (ACÚSTICO)

23) MATANZA – ELA ROUBOU MEU CAMINHÃO
24) PELEBRÓI NÃO SEI – MINI-PUNK
25) BELLE AND SEBASTIAN – THE LIFE PURSUIT
26) RAMONES – HAPPY BIRTHDAY / I LOVE YOU
27) BLIND MELON – NEW LIFE
28) NEVILTON – PRESSUPOSTO
29) VANGUART – COSMONAUTA
30) BEATLES – ALL YOU NEED IS LOVE

Strokes lança novo disco dia 22 de março


Até que enfim! Albert Hammond Jr. soltou a notícia que todos nós estávamos esperando. “Angles” é o título do próximo álbum dos Strokes e será lançado dia 22 de março. Uma semana antes sai o primeiro single, “Undercover of Darkness”.

Em entrevista para a Rolling Stone americana, Hammond disse que, daqui pra frente, a intenção da banda é não demorar tanto com os intervalos entre um álbum e outro. “Angles”, por exemplo, sairá cinco anos após o lançamento de “First Impressions of Earth” (janeiro, 2006).
2011 não deixa de ser um ano especial para o grupo, que estourou mundialmente 10 anos atrás, com o já clássico “Is This It”. O quarto álbum de estúdio da banda é uma das principais apostas do ano.

O guitarrista Nick Valensi disse que este é o primeiro trabalho com “democracia direta” de todos da banda. “Nos álbuns anteriores era uma visão geral, todos contribuíam com ideias, mas a gênese das canções estava com o Julian. Este é o primeiro trabalho que nós realmente trabalhamos de forma democrática. Demorou muito porque é um novo modelo pra gente”.

Outras canções mencionadas pelos guitarristas são “Radio Minor Madness”, “Taken for a Fool”, Call me Back”, Life is Simple” e (sério) “Machu Picchu”.

O grupo foi confirmado horas atrás como uma das principais atrações do quente Coachella Festival, na Califórnia. A banda está armando sua turnê mundial e já agendou apresentações em festivais importantes no meio do ano como o Benicassim (Espanha) e o Summer Sonic (Japão).

FONTE:
http://colunistas.ig.com.br/lucioribeiro/2011/01/19/os-novos-angulos-e-a-nova-democracia-dos-strokes/

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Baixe músicas do The Vaccines


Banda que promete em 2011. Pra mim é o que de melhor apareceu nos últimos tempos, ao lado de Darwin Deez.
No link constam o primeiro single "Wreckin'Bar/Blow It Up" e outras faixas ao vivo.
O álbum completo sai em março.
Divirtam-se!

LINK:
http://www.mediafire.com/?xj5zfa844k0cjbl

sábado, 15 de janeiro de 2011

PROGRAMA EDIÇÃO Nº 363


1) BLUR – SONG 2
2) DARWIN DEEZ – CONSTELLATIONS
3) CACHORRO GRANDE – AGORA EU TÔ BEM LOUCO
4) ANACRÔNICA – EM MIM
5) BIDÊ OU BALDE – ME DEIXA DESAFINAR
6) JENNY LEWIS – HANDLE WITH CARE
7) JET – SEVENTEEN
8) STROKES – HART TO EXPLAIN

9) AC/DC – YOU SHOOCK ME ALL NITE LONG
10) RAMONES – LIFE IS A GAS
11) CAMISA DE VÊNUS – EU NÃO MATEI JOANA D’ARC (AO VIVO)
12) CASCAVELLETES – SOB UM CÉU DE BLUES
13) TEQUILA BABY – TIRA O SUTIÃ, TIRA A CALCINHA
14) FAITH NO MORE – A SMALL VICTORY

15) QUEENS OF THE STONE AGE – NO ONE KNOWS
16) AUDIOSLAVE – BE YOURSELF
17) RELESPÚBLICA – CATAVENTO
18) SABONETES – HOTEL
19) TITÃS – QUALQUER NEGÓCIO
20) THE ANIMALS – HOUSE OF THE RISING SUN

21) THE VACCINES – POST BREAK UP SEX (AO VIVO)
22) ARCTIC MONEYS – FLUORESCENT ADOLESCENT
23) DISSONANTES – NO SEU LUGAR
24) PATO FU – SONÍFERA ILHA
25) MOPTOP – O ROCK ACABOU
26) SUPERGRASS – BAD BLOOD
27) BUILT TO SPILL – ELSE
28) R.E.M. – BAD DAY

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Matanza lança novo disco em março


Após quase 6 anos de espera, a banda Matanza anuncia o nome do seu novo álbum: "Odiosa natureza humana".

A banda também anunciou a data do show de lançamento, que vai acontecer dia 19 de março, no Kazebre.

Arctic Monkeys vai lançar álbum no final do ano


Arctic Monkeys vai lançar álbum produzido por James Ford no final do ano
A banda Arctic Monkeys anunciou nesta terça-feira que espera lançar seu novo álbum, produzido por James Ford, no final do ano. As informações são do site da revista "NME".

Os músicos começaram a gravar o álbum em no final do ano passado, em Londres, na Inglaterra, e continuaram as gravações em Los Angeles, nos Estados Unidos.

O novo disco será o sucessor do aclamado "Humbug", que foi lançado em 2009 e que teve produção de Ford e Josh Homme.

Ele também produziu o segundo álbum da banda, "Favourite Worst Nightmare", "Myths Of The Near Future", dos Klaxons, e "Lungs", de Florence And The Machine.

FONTE:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/859017-arctic-monkeys-vai-lancar-album-produzido-por-james-ford-no-final-do-ano.shtml

sábado, 8 de janeiro de 2011

PROGRAMA EDIÇÃO Nº 362


1) TRAVIS – HAPPY
2) VAMPIRE WEEKEND – COUSINS
3) BIDÊ OU BALDE – ME DEIXA DESAFINAR
4) ACÚSTICOS & VALVULADOS – BUBBLEGUM (ACÚSTICO)
5) MATANZA – ELA ROUBOU MEU CAMINHÃO
6) BORDERLINERZ – EVERYBODY IS LYING
7) AMY WINEHOUSE – YOU KNOW I’M NO GODD

8) WANDER WILDNER – RODANDO EL MUNDO
9) NEVILTON – VITORIOSO ADORMECIDO
10) KAISER CHIEFS – NEVER MISS A BEAT
11) QUEEN – I WANT TO BREAK FREE
12) DARWIN DEEZ – CONSTELLATIONS
13) LOBÃO – ME CHAMA (ACÚSTICO)
14) SUPERGUIDIS – AINDA SEM NOME

15) ROLLING STONES - HAPPY
16) CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL – LOOKING OUT MY BACK DOOR
17) HILLBILLY RAWHIDE – O ENXOFRE E A CACHAÇA
18) TNT – NÃO SEI
19) PARAFERNÁLIAS – JOSÉ
20) BAD RELIGION – A WALK
21) GREEN DAY - 86
22) GOSSIP – LOVE AND LET LOVE

23) CANASTRA – CHEVETTE VERMELHO
24) CACHORRO GRANDE – BOM BRASILEIRO
25) GEORGE HARRISON – MY SWEET LORD
26) PEARL JAM – IN HIDING
27) STEREOPHONICS – DAKOTA
28) SABONETES – HOTEL
29) CAMISA DE VÊNUS – RADINHO DE PILHA

Ladies and Gentlemen: The Rolling Stones


Por KID VINIL

Hoje vou comentar dois DVDs essenciais para os fãs dos Rolling Stones, lançados recentemente por aqui pela gravadora ST2. O primeiro deles é esse que leva o título de “Ladies and Gentlemen: The Rolling Stones”. São gravações feitas durante quatro noites no Texas, durante a turnê de lançamento do álbum “Exile on Main Street”, em 1972. O filme original foi exibido nos cinemas durante um período limitado de tempo, em 1974, e depois desapareceu do mercado. Agora, restaurado e remasterizado, reaparece em DVD incluindo um conteúdo extra como um ensaio da banda na Suíça para a turnê e entrevistas com Mick Jagger.

Assistindo ao DVD, dá para notar que o trabalho de restauração foi perfeito. Não espere uma qualidade de imagem perfeita como os blu-rays de hoje, lembre-se que a captação de imagem e áudio foi realizada em 1972 e os recursos eram limitados. Enxergue isso como um documentário de época e, acima de tudo, como uma raridade dos Rolling Stones, que para a sorte dos fãs foi registrada em áudio e vídeo.

É uma pena que, por mais que tenham tentado restaurar o áudio para os sistemas Dolby Digital e DTS, ainda fica difícil de ouvir toda a parafernália de instrumentos extras e convidados que acompanharam os Stones nessa turnê. Quando as câmeras focalizam a sessão de metais liderada pelo saxofonista Bobby Keys pouco se ouve, exceto quando Mick Jagger chama Bobby Keys ao centro do palco para um solo numa das músicas. Outra sonoridade quase imperceptível é o piano de Nicky Hopkins, que ao lado de Ian Stewart foram os dois maiores tecladistas que participaram da carreira dos Rolling Stones. Tirando essas imperfeições de áudio o que resta é uma massa sonora, no bom sentido, das guitarras de Keith Richards e Mick Taylor e a cozinha precisa de Charlie Watts e Bill Wyman.

Quem viu os Rolling Stones ao vivo em Copacabana não imagina a diferença entre as duas apresentações. Tá certo que a energia de Mick Jagger ainda é a mesma, ele sempre foi um performer inquieto. A diferença é que em 1972 os Rolling Stones eram uma banda mais blueseira, graças à guitarra de Mick Taylor, o ex-Bluesbreakers de John Mayall. Confesso que adoro Ron Wood, principalmente em sua fase com o Faces e Rod Stewart, no início dos anos 70, mas sua presença nos Stones é completamente diferente do estilo blues de Mick Taylor. Com a saída de Taylor dos Stones, depois do lançamento do álbum “It´s Only Rock and Roll”, e a entrada de Ron Wood, em 1976, a sonoridade da banda também mudou e as influências da Motown e da soul music ficaram mais presentes no som do grupo a partir de “Black & Blue”.

Nesses shows do Texas em 1972, os Stones mostravam um repertório de seus dois discos essenciais do início dos anos 70, “Exile on Main Street”(1972) e “Sticky Fingers”(1971). O show abre com “Brown Sugar”, “Bitch” e “Dead Flowers”, três clássicos do álbum de 1971. O que se pode constatar é o Rolling Stones no momento mais empolgante de sua carreira. O jovem Mick Jagger explorava seu lado andrógino usando uma maquiagem com detalhes de purpurina e strass nos olhos, macacões colantes com lenços enormes e coloridos na cintura. Uma performance altamente sensual de botar no bolso os requebrados de quadris de Elvis Presley.

Keith Richards tinha o corte de cabelo mais transado daquela época, enquanto o guitarrista Mick Taylor parecia o mais jovem da banda, discretamente maquiado, um garotão prodígio que solava como ninguém sua Gibson Les Paul. A releitura do clássico “Love in Vain”de Robert Johnson reaparece aqui, talvez com menos brilho do que naquela apresentação ao vivo do Madison Square Garden, registrada no álbum “Get Yer Ya-Ya´s Out” de 1970, mas os vocais de Mick é que fazem a diferença nessa gravação.

As músicas do álbum “Exile On Main Street” representam o ponto alto desse show, como “Tumbling Dice”, “Sweet Virginia” (feita de forma acústica nos violões de Keith Richards e Mick Taylor) e “All Down the Line”. Diante de um repertório tão forte, as clássicas “You Can’t Always Get What You Want” e “Midnight Rambler” parecem até meio apagadas. As quatro músicas finais são apoteóticas: “Bye Bye Johnny”, de Chuck Berry, onde o duo de guitarras debulha aqueles riffs grudentos e explosivos do mestre do rock and roll. Em seguida, “Rip This Joint” acende literalmente a chama de “Exile on Main Street”. Para terminar, dois clássicos do início de carreira, “Jumpin’ Jack Flash” e “Street Fighting Man”.

Se você é fã dos Rolling Stones, esse DVD é indispensável, e, para aqueles que ainda não conhecem essa fase áurea da banda em 1972, será uma grata surpresa.

Também recomendável para os fãs mais assíduos dos Rolling Stones – e que pegaram a edição especial do álbum “Exile on Main Street” lançada neste ano – é o documentário “Stones in Exile”, que foi exibido no início do ano pela BBC inglesa e agora vai para o formato DVD, com mais de uma hora de bônus, com cenas não incluídas no documentário para TV.

Trata-se de um making of do álbum “Exile on Main Street” contando a história dos Stones saindo da Inglaterra pra fugirem dos altos impostos e se instalando no porão de uma mansão de Keith Richards na riviera francesa. Essas aventuras são contadas pelos integrantes da banda e pelas pessoas que direta e indiretamente participaram do projeto.

Cenas inéditas do estúdio improvisado em Nellcote retratam o processo de gravação de um dos clássicos da carreira dos Rolling Stones. Pena que essas sessões de gravações não foram registradas em sua totalidade e o que se vê é uma pálida retrospectiva documentada muitas vezes somente por fotos e depoimentos.

LINK:
http://colunistas.yahoo.net/posts/6810.html

Amy Winehouse, de mentira e de verdade


Por ANDRÉ FORASTIERI

Amy Winehouse é uma ruína drogada, bêbada, tatuada, desdentada, esquálida, indulgente, coberta de trapos, e seu grande talento é reempacotar para os recém-chegados a música negra que fazia sucesso antes de ela nascer. Cada geração tem o Keith Richards que merece - ou, dependendo da sobrevida, seu Sid Vicious.

Como Sir Keith, Amy não é só o lixo humano que aparenta. Molambo, sim, mas com instintos comerciais sempre em dia, operacional o suficiente para manter o faturamento - essa semana, no Brasil. Doidinha, mas tem alguns milhões no banco, e quem cuida da grana são seus pais.

Winehouse, claro, não faria 10% do sucesso se fosse uma alegre loirinha, ou uma solene crioula. A graça é que ela é punk, uma sex pistol de saias, tropicando nas canelas, fumando crack, socando fãs, espargindo perdigotos na plateia. Já a viu completamente fora de órbita brincando com camundongos recém-nascidos? Não perca. Foi para isso que inventaram a internet.

É de mentira? É de mentira tanto quanto Keith ou Sid. Amy Winehouse entrou no mundo da música pelas mãos de Simon Fuller, empresário de uma longa lista de artistas pré-fabricados e criador da megafranquia “show de calouros” Idol, que rendeu American Idol e aqui, Ídolos. Seu primeiro disco foi produzido por Salaam Remi, produtor de mão cheia e com longo currículo, com acento reggae. No segundo disco, Remi ganhou a companhia de Mark Ronson, um dos produtores mais elegantes e talentosos da não tão nova geração. Bem, Sid tinha Malcolm McLaren, e Keith tinha, de cara, Mick Jagger.

Amy é uma garota judia de Londres, filha de motorista de táxi, que fazia escola de artes desde a pré-adolescência. É “rebelde”. Foi expulsa de uma escola por fazer um piercing aos 14 anos, namorava vagabundos etc. Como tantas mocinhas que se sentem incompreendidas (e como tantas mocinhas que, além disso, são feias), Amy se apaixonou pela mitologia das mulheres sofridas, que têm uma porcaria de vida porque sofrem de amor. Seus ídolos são mulheres independentes dependentes, mal-tratadas por seus machos, que chafurdam na cachaça e companhia e conseguem transmitir as feridas para as cordas vocais. O sonho é ser neta de Billie Holiday, sobrinha de Nina Simone, filhota de Janis Joplin.

Na prática, sua música estacionou entre os 60 (as garotas perigosas da gravadora Motown e similares - Ronnie Spector, Martha Reeves, Shangri-las - e as minidivas britânicas - Petula Clark!) e, preste atenção, o jazz-soul yuppie-chic de Sade.

Drogados precisam de grana fácil. Amy já estava empepinada com drogas antes do sucesso, entre o primeiro disco, Frank, aplaudido pela crítica e mais ninguém, e o fenômeno Back to Black. O som mudou no meio do caminho e o visual junto. Perdeu quilos, ganhou o coque gigante e “atitude”. Abandonou a simpatia e o sorriso fácil. Virou “bad girl” e ícone fashion, celebrada por Karl Lagerfeld. Conquistou moderninhos e caretaços. Consenso paga bem.

É punk de butique? É crooner de boate? Uma amiga que é fã de Amy me garantiu ontem que as letras são boas - não duvido e não confiro - e que espera que Amy esteja caindo pelas tabelas no show. “As letras são sobre coisas comuns. Ela não finge. Ela é aquilo ali mesmo. E tem que continuar tomando todas, porque isso é o que ela é. Quem quer ver ela toda caretinha e comportada?” Eu não. Se morrer logo, morreu, vira lenda, Sid Vicious. Se sobreviver mais uns trinta anos, duvidoso, pode emplacar como herdeira de Keith Richards, o bandalho profissional. Só a regeneração seria imperdoável.

Amy Winehouse é de mentira e de verdade, porque soa verdade. Nós nos tornamos o que somos...

LINK:
http://noticias.r7.com/blogs/andre-forastieri/

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Vida: a biografia de Keith Richards


Por CRISTIANO VITECK

Como se estivesse em uma longa, mas agradável e divertida conversa de boteco com um dos maiores rock stars de todos os tempos. É assim que a gente se sente lendo “Vida” – a autobiografia de Keith Richards, o famoso guitarrista dos Rolling Stones. Lançada no finalzinho de 2010 no Brasil, o livro (com mais de 600 páginas) já é um dos atuais campeões de venda. E não é para menos, afinal, o músico é uma das personalidades mais icônicas do mundo artístico do século XX. Bom, nem sei porque eu estou apresentando o cara... Afinal, estamos falando de Keith Richards!

Beirando os 70 anos, mas com um corpinho de 130, Keith Richards é um sobrevivente do rock and roll. De garoto pobre que odiava a escola, encontrou na música a sua razão de viver. Da linhagem dos blueseiros iniciada por Robert Johnson na década de 1920, o guitarrista dos Stones absorveu e aprimorou ao longo de sua carreira uma gama enorme de estilos que vão do country ao rock and roll da década de 50, passando pelo reggae e até mesmo pela disco music. Toda essa trajetória de sua formação músical é claro que é contada em “Vida”, que o guitarrista escreveu em parceria com o jornalista James Fox.

Mas, o que a gente quer saber mesmo é das festas, das prisões, dos vícios, das brigas com o parceiro Mick Jagger e dos fatos que estiveram atrás das gravações dos discos clássicos dos Rolling Stones. A gente quer saber é como Keith Richards trasformou a sua vida num inferno na década de 70 e conseguiu se safar, ao contrário de muitos dos amigos deles que ficaram no meio do caminho ao se aventurarem na brincadeira perigosa que é viver intensamente o espírito sexo, drogas e rock and roll. E Keith Richards não esconde nada, no máximo, dá a sua versão dos fatos...

Com a autoridade que a sua carreira lhe confere, no livro Keith Richards dá algumas dicas que podem ser bem úteis, tanto para uma dona de casa como para quem sonha em se tornar uma estrela de rock. Para estes, o guitarrista afirma que em primeiro lugar é preciso se dedicar muito, buscar aprender sempre as infinitas possibilidades de um instrumento, tocar sempre por prazer em primeiro lugar e, se tiver um pouco de talento e muita, mas muita sorte, quem sabe um dia pode virar uma estrela.

Para quem quer ser malaco ou bandido, o recado é o seguinte: um revólver você usa quando realmente está falando sério. Já uma faca você deve usar apenas para distrair seu oponente, que vai estar preocupado com a lâmina enquanto você está chutando as bolas dele.

Quer ser um drogado? Bom, o melhor é: não entre nessa achando que poderá sair quando quiser. Mas, se mesmo assim insistir, nunca compre drogas das ruas. Vá atrás das melhores. É devido ao fato de ter os melhores fornecedores que Keith Richards credita o fato de ainda estar vivo. As drogas mais poderosas? Heroína e crack. Melhor não brincar com elas...

Foi preso? Para se safar você precisa de duas coisas: seja amigo de pessoas importantes e influentes e, principalmente, tenha muita grana. Foi assim que ele acabou escampando da cadeia tantas vezes...

Tá a fim de matar a fome? Keith Richards dá a receita do seu prato favorito. Purê de batatas com linguiça frita. O segredo é iniciar a fritura da linguiça com a frigideira fria! E mais, do manual de sobrevivência de Keith Richards ainda vem essa outra dica. Para manter a forma, coma sempre que tiver fome. Não caia nessa de se alimentar apenas três vezes ao dia. O ideal é fazer pequenas refeições durante o dia, o que facilita a digestão e ainda ajuda manter a forma!

Está vendo, “Vida” é um livro pra todo mundo. Cabe a cada um tirar suas lições dos ensinamentos de Keith Richards. Ah, é claro que ele ainda fala de dois assuntos polêmicos. Um deles é a lenda de que certa vez ele trocou todo o sangue do seu corpo todo envenenado por drogas por sangue novinho em folha. Outro é o oba-oba que saiu na imprensa há quatro ou cinco anos, quando o guitarrista disse que cheirou as cinzas do próprio pai. Mas isso eu não revelo. Quer saber? Leia o livro.

E já que estamos falando dos Rolling Stones, vale a pena conferir o documentário “Stones In Exile”, lançado também em 2010 e que conta a história da gravação do álbum “Exile in the Main Street”: o melhor álbum do grupo, gravado de forma caótica na mansão de Keith Richards na França em 1972. Um vídeo não apenas recomendável, mas obrigatório!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Três razões para ir ao U2 (e três para fugir)


Por SYLVIA COLOMBO

Na última vez em que a banda irlandesa esteve por aqui, em 2006, me meti numa "polêmica" com o então editor da Ilustrada, meu amigo Marcos Augusto Gonçalves. Ele escreveu que Bono, com suas mensagens pacifistas, não passava de um "chato". Eu respondi afirmando que não se devia simplificar as coisas assim e deixar o valor artístico e histórico do U2 em um segundo plano. Continuo pensando da mesma forma, apesar de concordar em parte com Mag --Bono realmente erra na dose quando se trata de política, e já foi admoestado inclusive pelo baterista, Larry Mullen Jr (formador e "dono" do grupo), por ter apertado as mãos de Tony Blair em tempos de Guerra do Iraque.

Mas eis que a banda se prepara para novamente visitar o Brasil. Desta vez, a terceira, fará três shows para cerca de 150 mil pessoas, em abril, no Morumbi. Apesar de já tê-los visto ao vivo três vezes (duas aqui, outra no exterior), ainda acho que vale a pena repetir a experiência e resolvi listar alguns motivos para isso. E também apresentar um "por que fugir". Afinal, assistir a concertos de rock em estádio em São Paulo nos últimos tempos virou nada menos que um pesadelo.

1. Cada show do U2 é um espetáculo diferente.

"Under a Blood Red Sky", o show da turnê do disco "War" (1983), é um bom modo de entender como e onde tudo começou. O U2 era então uma entre outras bandas do pós-punk, e começava a namorar com a ideia de grandiosidade. Bono desfilou com uma bandeira branca, entoou "Sunday Bloody Sunday" em sua versão mais famosa, nas Red Rocks, no Colorado (EUA). A partir daí, cada turnê teria uma marca muito própria na trajetória dessa banda que nasceu há quase 35 anos.

Um bom exemplo disso é a tour de "Achtung Baby", que marcou a virada para o pop e a aproximação com o eletrônico. Chamada de "Zoo TV", entre 1992 e 1993, trazia Bono em sua viagem futurista celebrizando excelentes versões de "Until the End of the World" e "Stay (Faraway, so Close!)".

Outro veio em 1997, com a "turnê do limão", a Pop Mart Tour (que passou por aqui), em que o grupo subiu ao palco fantasiado e fazendo um som dançante, não podia soar mais diferentes que em suas raízes. E em 2006 tivemos também em SP "Vertigo", no qual a banda mostrou ter solidificado seu talento para se apresentar em grandes arenas. Todos esses shows têm registros em DVD disponíveis no Brasil.

2. Tudo bem, minha geração não teve um Beatles.

Nem teria, pois os tempos já não estavam mais para isso. Mas quem foi adolescente nos anos 80, no vazio criado pelo fim do grupo de Liverpool, e não necessariamente se identificou nem com o glamour de David Bowie nem com o puro punk dos anos 70, viu no U2 algo porque se apaixonar. Um punk diluído, próximo ao pop, por vezes lírico, de letras políticas e reivindicando grandes causas, o que, naquele momento de vazio ideológico, soava bem. É certo que a banda, hoje, renovou seu público, mas a maioria certamente está na faixa 35-45 anos.

3. O novo disco é sensacional.

Apesar de não ter decolado no Brasil, "No Line on the Horizon", lançado em 2009, tem grandes melodias carregadas pela guitarra cada vez mais característica de The Edge. Merecem atenção "Unknown Caller", "Magnificent" e "Breathe". Dá pra ter uma ideia de como o álbum soa ao vivo em um DVD que saiu recentemente aqui e que registra um show do início da turnê, gravado no Rose Bowl, em Pasadena.

Por que fugir:

1. Haja paciência.

O roqueiro paulistano já se cansou da falta de estrutura da cidade e de seus espaços dedicados a shows. Ir a um concerto num estádio hoje significa necessariamente perder muitas horas de um dia, enfrentar trânsito, pagar R$ 5 ou mais numa cerveja, caos no transporte público e táxis cobrando os olhos da cara. Isso se não chover.

2. Vaidade de Bono.
Sim, se você, como o Mag, não aguenta a pose de heroi do politicamente correto, evite o Morumbi nesses dias. Como o show e o telão têm 360 graus, não há chance de escapar à sua performance, suas caras e bocas e seu batido discurso pela paz mundial entre as músicas.

3. Cansou.

Tem músicas que realmente já poderiam ter saído do repertório do U2 há anos. Não dá para entender como é que ainda não dispensaram as desgastadas "I Still Haven´t Found What I´m Looking For" e "With or Without You". Mas, pelos set lists da atual turnê, é mais do que provável que se repitam por aqui.

Para desempatar, é bom lembrar que quem vai abrir o show é nada menos que o Muse --há inclusive quem o considere melhor que a atração principal. A banda já esteve aqui em 2008 e mostrou seu vigor em apresentações ao vivo. Certamente terá menos tempo desta vez para mostrar seu som antes da entrada do U2, mas resta torcer para que seja o suficiente para executarem as belas "Time is Running Out", "Sing for Absolution" e "Hysteria".

FONTE:
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/sylviacolombo/854221-tres-razoes-para-ir-ao-u2-e-tres-para-fugir.shtml