sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Courtney Love vai lançar autobiografia em 2012


Courtney Love assinou um contrato para escrever sua autobiografia, informa a agência "Associated Press".

Segundo a editora responsável pelo lançamento, o livro deverá "esclarecer" detalhes de sua vida com Kurt Cobain, seus problemas com drogas e sua carreira no cinema.

O livro ainda não tem nome, mas está previsto para ser lançado no ano que vem.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Baixe novo single de Noel Gallagher, ex-Oasis


"AKA... What a Life!", single do disco que marca a estreia como artista solo de Noel Gallagher, ex-guitarrista/vocalista do Oasis.

LINK:
http://www.loadly.com/bkl2ftmokf2e/AKA.rar

Cachorro Grande divulga capa do novo disco


A capa tá legal, agora só falta o disco ser bom. Porque o "Cinema" não serve nem pra Sessão da Tarde...

Quem sabe faz ao vivo e quebra tudo no final


Por CRISTIANO VITECK

Eu pretendia não voltar por um bom tempo ao assunto, mas já que estamos nesta semana de Rock in Rio e o negócio é quente, então vale a pena dar uma esticada no tema.

No sábado passado (24), relembrando, o disco “Nevermind” do Nirvana completou 20 anos e para comemorar a data e arrancar mais alguns milhões de dólares dos fãs (sim, eu também caí no golpe...), também foi lançado um edição super luxuosa do disco. Entre diversas gravações inéditas, raridades e faixas ao vivo, o melhor desse pacote é o DVD “Live at the Paramount”, que já está sendo vendido por cerca de R$ 40 no Brasil, mas quem quiser também encontra bem fácil para download em blogs especializados por aí.

O DVD tem algumas particularidades que o tornam tão especial. Uma delas é que o show registra o momento exato em que o Nirvana despontava para a fama mundial. Foi gravado em 31 de outubro de 1991, em Seattle (EUA), apenas cinco semanas após o lançamento de “Nevermind”. Outro ponto é a qualidade da imagem e áudio, já que é o único show da banda registrado em película, o que resulta em um vídeo de altísssima definição. Por fim, o que faz de “Live at the Paramount” um item obrigatório para os fãs é aquilo que mais importa: a banda em ação.

Enquanto a fama do Nirvana no início dos anos 90 só fazia crescer, a qualidade de seus shows ia ladeira abaixo. Talvez alguém se lembre da banda tocando no Brasil em 1993, no hoje extinto festival Hollywood Rock. O show de São Paulo foi definido pelos próprios Kurt Cobain e companheiros como a pior apresentação da carreira do grupo.

Uma semana depois, se apresentaram no Rio de Janeiro, com transmissão ao vivo pela Rede Globo. O show foi um pouco melhor, mas ainda assim, revendo o vídeo anos depois, é deprimente assistir Kurt Cobain anoréxico, chapadaço e com um tédio indisfarçável tocando na frente de 100 mil pessoas. O cantor era o retrato exato de uma música que ele escreveu e que o Nirvana gravou chamada “I Hate Myself and I Want To Die” (“Eu Me Odeio e Quero Morrer”).

Em “Live at the Paramount” a história é bem diferente. Tocando para um público de 5 mil pessoas, Kurt Cobain, Krist Novoselic e Dave Grohl, como fica evidente no DVD, estão se divertindo pra caramba com o sucesso que estavam fazendo naquele momento com “Nevermind”.

Fisicamente Kurt Cobain estava melhor, apesar de que na época já fosse viciado em heroína, mas não estava tão detonado pela droga. Ao todo, são 70 minutos de rock tocados com vigor e com verdadeiro “teen spirit”, encerrando com a destruição dos instrumentos, como era de praxe nas apresentações do Nirvana. Coisa linda de se ver!

O Nirvana em “Live at the Paramount” é rock em estado bruto. Talvez exatamente aquilo que tantos que por esses dias criticam o festival do senhor Medina gostariam de ver Rock In Rio...

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Rock in Rio


Por CRISTIANO VITECK

E todo mundo fala do Rock in Rio 4. Mais críticas do que elogios. E dá até para entender quem reclama do excesso de atrações pop como Rihanna e Katy Perry ou artistas do naipe de Milton Nascimento (o peixe fora d’água, o Carlinhos Brown desta edição) ou as sem sal e sem açúcar Ivete Sangallo e Cláudia Leitte. Para fazer jus ao nome do festival, rock mesmo, de verdade, só no último domingo, com Slipknot, os velhacos do sempre ótimo Motorhead e o casca-dura Metallica, que fez muito bem aquilo que sabe fazer, mesmo com o vocalista James Hetfield estando com a aparência do técnico Mano Menezes, nem de longe lembrando uma fuça digna de uma estrela maior do metal.

Mas o Rock in Rio 4 é o que sempre foi: um festival pop pra assistir com toda a família. Em todas as edições sempre teve as atrações nada a ver, os mega-astros, os artistas brasileiros tirando coelho da cartola para não passarem desapercebidos em meio a tantos artistas estrangeiros (Dinho, do Capital Inicial, e seu discursinho adolescente contra o Sarney e a política brasileira foi o momento vergonha alheia. Um toque de rebeldia tão ousado e radical quanto a “Satisfaction” da Cláudia Leitte). E claro, tem a cobertura sempre ridícula da Rede Globo.

Podemos dar um desconto e ao primeiro Rock in Rio, em 1985. Nomes como Queen, Ozzy Osbourne, AC/DC e B-52’s, Nina Hagen, Scorpions deram mais dignidade ao nome do festival, assim como, por exemplo, as bandas brasileiras Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso e Ultraje à Rigor. O festival foi realizado em um momento importante do Brasil. Ocorrido em janeiro daquele ano, o Rock In Rio acontecia ao mesmo tempo em que o país colocava na presidência, desde o golpe militar de 1964, um presidente civil, eleito por voto indireto, para conduzir os destinos da nação. Era o fim da ditadura e o Rock in Rio meio que virou símbolo daquele momento de maiores liberdades políticas.

Além do mais, o Rock In Rio de 1985 deflagrou definitivamente a explosão do rock nacional, que imperou na programação das rádios e da televisão naquela época. O rock nacional, na segunda metade da década de 80 era o sertanejo universitário de hoje, em termos de popularidade. Cazuza era o Luan Santana e “Beth Balanço” era o “Meteoro da Paixão”.

O Rock in Rio entrou para a história por ser o primeiro grande festival de música a ser realizado no Brasil. Daí da sua fama. Desde o início, o Rock In Rio sempre jogou a favor da torcida, esforçando-se (sem erro algum nisso) para trazer ao país os artistas com mais evidência no momento. Teve suas exceções, como o Neil Young & Crazy Horse em 2001. Mas são casos que fogem à regra. Daí que não deveria causar estranhamento a escalação desta quarta edição, mesmo sendo a mais pop de todas. O Rock in Rio só aposta na diversidade de estilos para garantir seu público.

Para quem se interessa de verdade por música que vai além da trivial, o Brasil conta com outros festivais bem mais interessantes, como o Planeta Terra e o SWU, que acontecem agora em novembro, ou o Lollapalloza, que desembarca no país pela primeira vez em abril do ano que vem. São destinos bem mais interessantes pra quem quer fugir da banalidade do Rock in Rio e quer ver rock no palco, e não só no nome do evento.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Baixe DVD acústico do Pixies


"Pixies: acoustic live in Newport", lançado em 2006.

Tracklist:

1. Bone Machine
2. Cactus
3. Ed Is Dead
4. All Around the World
5. Subbacultcha
6. Monkey Gone to Heaven
7. Is She Weird
8. Here Comes Your Man
9. River Euphrates
10. Velouria
11. Wave of Mutilation
12. I Bleed
13. Crackity Jones
14. Gouge Away
15. Hey
16. The Holiday Song
17. Nimrod's Song
18. Mr. Grieves
19. Caribou
20. Vamos
21. Where Is My Mind?
22. Gigantic

LINKS:

http://www.fileserve.com/file/2VEseXD/Pixies - Acoustic Live In Newport (2006).part1.rar

http://www.fileserve.com/file/MGb3NhJ/Pixies - Acoustic Live In Newport (2006).part2.rar

"Lulu" é único, diz vocalista do Metallica sobre disco com Lou Reed


Por MARCO AURÉLIO CANÔNICO
Da Folha de S.Paulo

Pouco antes do show do Metallica, que fechou a noite de domingo no Rock in Rio, James Hetfield, vocalista e guitarrista da banda, topou com seus velhos conhecidos do Sepultura nos bastidores.

Andreas Kisser, guitarrista da banda brasileira, pergunta se ele pretendia mostrar algumas canções de "Lulu", o aguardado (e improvável) álbum que o Metallica gravou com Lou Reed e que será lançado em 31 de outubro.

"Sem chance", respondeu Hetfield. "Não é música de festival, digamos assim."

Falando à Folha pouco depois, o músico disse que "Lulu" não deve nem ser considerado um disco do Metallica. "É muito diferente. Também não é o novo álbum do Lou Reed, é o primeiro disco de Lulu", completa.

O nome, que Hetfield aplica tanto ao disco quanto à nova "banda" com Lou Reed, é derivado de duas obras do dramaturgo alemão Frank Wedekind (1864-1918) conhecidas como "as peças de Lulu", para as quais Reed começou a escrever uma trilha que agora virou o álbum.

Em entrevista, Hetfield disse que "Lulu" é "um álbum bastante adulto, muito profundo", e comentou a parceria com Lou Reed.

*

Folha - Você falou que "Lulu" não é música de festival.
James Hetfield - Quando eu quero ouvir "Lulu", eu coloco fones de ouvido e mando todo mundo sair da sala. É uma experiência muito individual e muito diferente. É único, por isso o chamamos de "Lulu", não de "Lou Reed & Metallica".

Como aconteceu o trabalho com Lou Reed?
Ele nos convidou. Eu não queria fazer covers do Lou Reed, então, quando ele veio com essa ideia [de retrabalhar as canções escritas para a peça], foi perfeito. Nós iríamos pegar as letras dele e escrever músicas que se encaixassem nelas. Ficávamos fazendo jams e foi notável, tanto nós quanto ele ficamos espantados com quão divertido, intenso e bom estava soando.

E o que achou dele?
É muito intelectual, mas também tem um certo aspecto infantil, ele fica brincando com sua mente, se você deixar. Nós não deixamos [risos]. Como letrista, é um gênio. Ele é único.

Ficou algo experimental?
Não é tão louco. Tem os vocais intensos dele e coisas do Metallica. É difícil não soar como o Metallica, mesmo quando tentamos. Mas acho que é ótimo, com canções típicas de Lou Reed, algumas animadas, outras lentas, pesadas. E algumas das coisas mais rápidas que o Lars [Ulrich, baterista] já tocou.

Os fãs de metal podem ser bem resistentes a mudanças. Você teme a reação dos seus?
Os fãs são exigentes e podem ser muito maldosos, escrevem coisas que não teriam coragem de dizer na sua cara. Nós já contamos com isso. Mas tudo bem, esse álbum não é para esse tipo. É para nós, para o Lou Reed. Estamos escrevendo o próximo disco do Metallica e eles podem esperar por ele.

Seria um disco para os fãs de Lou Reed?
Eles provavelmente vão odiá-lo também. Não sei, o disco é para quem gostar dele. Nós o fizemos, foi divertido e, para nós, soa fantástico. Pode abrir os olhos de algumas pessoas, ou não.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

R.E.M. anuncia mais uma coletânea e três músicas novas


A banda R.E.M. anunciou seu fim na semana passada, após 31 anos, mas os fãs podem parar de chorar um pouco. O cantor Michael Stipe revelou nesta segunda (25) três músicas inéditas do grupo, segundo o site NME.

"We All Go Back to Where We Belong", "A Month of Saturdays" e "Hallelujah" estarão em uma compilação dos 40 maiores sucessos do grupo, a ser lançada em novembro.

O disco se chamará "REM, Part Lies, Part Heart, Part Truth, Part Garbage, 1982 - 2011" ("REM, Parte Mentiras, Parte Coração, Parte Verdade, Parte Lixo, 1982 - 2011).

Michael Stipe, vocalista do R.E.M., anuncioiu três músicas inéditas nesta segunda (25)
As três faixas foram gravadas na cidade-natal da banda, Athens, no estado da Geórgia. Jacknife Lee foi o produtor responsável.

Segundo Stipe, vasculhar as músicas e memórias de 31 anos foi uma grande jornada.

"Percebemos que essas canções desenham uma linha sob os últimos 31 anos trabalhando juntos", afirmou.

Confira abaixo as músicas que entrarão no disco.

Disco 1:

Gardening At Night
Radio Free Europe
Talk About The Passion
Sitting Still
So. Central Rain
(Don't Go Back To) Rockville
Driver 8
Life And How To Live It
Begin The Begin
Fall On Me
Finest Worksong
It's The End Of The World As We Know It (And I Feel Fine)
The One I Love
Stand
Pop Song 89
Get Up
Orange Crush
Losing My Religion
Country Feedback
Shiny Happy People

Disco 2:

The Sidewinder Sleeps Tonite
Everybody Hurts
Man On The Moon
Nightswimming
What's The Frequency, Kenneth?
New Test Leper
Electrolite
At My Most Beautiful
The Great Beyond
Imitation Of Life
Bad Day
Leaving New York
Living Well Is The Best Reveng'
Supernatural Superserious
Überlin
Oh My Heart
Alligator_Aviator_Autopilot_Antimatter
A Month of Saturdays
We All Go Back To Where We Belong
Hallelujah

Nirvana - Live at the Paramount: o novo DVD!


O novo DVD do Nirvana, "Live at Paramount", que está sendo lançado esta semana como parte das comemorações dos 20 anos do disco Nevermind. O DVD traz na íntegra o show que o Nirvana realizou em 31 de outubro de 1991, em Seattle.

LINKS:

http://www.fileserve.com/file/qtgPsU6

ou

http://www.megaupload.com/?d=S870FRR0

sábado, 24 de setembro de 2011

PROGRAMA EDIÇÃO Nº 398


ESPECIAL NIRVANA – NEVERMIND 20 ANOS

1) SMELLS LIKE TEEN SPIRIT
2) EVEN IN HIS YOUTH
3) IN BLOOM
4) BREED
5) POLLY

6) COME AS YOU ARE
7) TERRITORIAL PISSINGS
8) SAPPY
9) LITHIUM
10) CURMUDGEON
11) LOUNGE ACT


NIRVANA LIVE AT PARAMOUNT
– SEATTLE: OCTOBER, 31TH 1991


12) JESUS DOESN’T WANT ME FOR A SUNBEAM
13) ANEURYSM
14) DRAIN YOU
15) SCHOOL
16) FLOYD THE BARBER
17) SMELLS LIKE TEEN SPIRIT
18) ABOUT A GIRL
19) POLLY

20) BREED
21) SLIVER
22) LOVE BUZZ
23) LITHIUM
24) BEEN A SON
25) NEGATIVE CREEP
26) ON A PLAIN
27) BLEW
28) RAPE ME
29) TERRITORIAL PISSINGS

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

“Nevermind”, o último clássico do rock


Por CRISTIANO VITECK

Ao voltar para Deus com passo hesitante,
Com as canções meio escritas e a obra inconclusa,
Que trilhas teus pés feridos pisaram,
Que morros de paz ou dor escalaram?
Que Deus tenha sorrido, pego tua mão,
E dito: “Pobre bufão, louco de paixão!”
O livro da vida é duro de entender:
Por que não continuaste na escola?


- Charles Hanson Towne, no poema “Sobre um Suicida”, de 1919.


Neste sábado, 24 de setembro, “Nevermind” do Nirvana completa 20 anos de lançamento com o indiscutível mérito de ser, desde então, o último grande disco de rock. Há dez anos, “Is This it” dos Strokes talvez até se insinuou como um clássico, mas o tempo se encarregou de minimizar a importância do álbum daqueles moleques de Nova York. Eles fizeram uma grande estreia, mas longe de causar uma revolução. Ao contrário do Nirvana, que estreou sem estardalhaço com “Bleach” em 1989 e mudou a história da música pop dois anos depois com “Nevermind”, disco que subverteu para sempre a até então intocável divisão entre o underground e o mainstream.

Não havia dúvidas que 2011 seria um ano em que a gente ia ouvir falar muito sobre o Nirvana. Dave Grohl já havia dado a dica quando anunciou que Krist Novoselic participaria do novo disco do Foo Fighters, “Wasting Light”, lançado em abril e produzido por Butch Vig, o mesmo que assinou a produção de Nevermind. Se isso foi homenagem ou oportunismo de Dave Grohl, fica a critério de cada um decidir. Depois, é claro, as matérias da imprensa ao redor do mundo. Desde o início do ano elas já começaram a inflar o oba-oba em torno do marco dos 20 anos, que virou fuzuê de vez quando foi anunciado o mega-pacote comemorativo, que inclui na sua embalagem mais gorducha um livro com fotos raras e inéditas, quatro CDs que contêm o “Nevermind” original remixado, outro “Nevermind” com uma mixagem alternativa (e mais pesada) jamais lançada, lados B, demos e a íntegra do show que o Nirvana realizou em Seattle em 31 de outubro de 1991, capturando o exato momento em que o Nirvana estava em ascensão meteórica rumo ao estrelato mundial. Mesmo show que também é lançado agora em DVD e poderá ser comprado separadamente. Enfim, um super lançamento, que acompanha ainda edições caprichadas em vinil quádruplo ou uma versão mais modesta em CD duplo.

Com previsão de chegar às lojas na próxima terça-feira (27), desde quarta-feira (21) os áudios dos quatro CDs do super box já escorriam pelos blogs ao redor do mundo. E ao por os ouvidos no material, para decepção dos fãs, fica evidente que é quase tudo praticamente mais do mesmo. De interessante mesmo é o show de 31 de outubro de 1991, embora o áudio, em boa qualidade, já fosse bastante conhecido de um disco pirata de nome “Trick or Treat”. Luxo mesmo, então, só o DVD, que sai com o título “Live at Paramount” e do qual algumas partes já foram vistas no clip de “Lithium” ou no documentário “Live Tonight! Sold Out!!”. Ah, o mesmo show também já havia sido dissecado pelo jornalista André Barcinski no livro Barulho, de 1992. Sim, o filho da mãe sortudo esteve lá, gostou muito do que viu e decretou na época:

“O legal do Nirvana é que eles ainda não têm uma história. Ela está sendo contada agora. Daqui uns dez ou vinte anos, a gente vai poder falar daquela ‘loucura do final de 91’".

O Nirvana escreveu rapidamente sua história, encerrada abruptamente quando Kurt Cobain disparou um tiro contra a própria cabeça. E com tudo o que já foi escrito, visto e falado desde então, é meio chato, redundante ou mesmo difícil escrever algo de novo sobre o Nirvana. Mas num exercício de paciência, seu e meu, vamos recapitular um pouco a história.

Nevermind


A banda nasceu oficialmente no dia 19 de março de 1988. Embora Kurt Cobain e o baixista Krist Novoselic já tocassem juntos há algum tempo, foi apenas alguns meses antes de lançar o primeiro single que eles batizaram a banda com o nome definitivo. O Nirvana estreou com um álbum em 1989. “Bleach” não teve nenhuma grande repercussão, embora tenha credenciado a banda para circular livremente entre a turma alternativa. O disco também rendeu a primeira turnê européia do Nirvana que passou por pequenos clubes junto com o TAD, nome de peso maior dentro da cena rock de Seattle.

O ano de 1990 foi fundamental para a carreira da banda. Descontentes com o rendimento do baterista, a banda deu adeus a Chad Channing e chamou para o seu lugar Dave Grohl. Foi o início da formação clássica do Nirvana. Kurt também não estava satisfeito com a gravadora Sub Pop e passou a enviar dezenas de fitas demos a vários selos. Em abril de 1991, a isca foi mordida pela DGC, um braço da gigante Geffen Records, que também havia contratado algum tempo antes o Sonic Youth, um dos maiores ídolos de Kurt Cobain. A princípio a DGC não se entusiasmou com o Nirvana e apostava poucas fichas na banda.

Quando a gravadora DGC contratou o Nirvana por 290 mil dólares, valor relativamente baixo para os números da indústria musical, a gravadora não tinha planos muito ambiciosos para a banda. Num primeiro momento, a Geffen esperava vender 50 mil discos e, com o passar do tempo e com um pouco de sorte, chegassem a 500 mil unidades - se alguém na época dissesse que 20 anos depois o álbum teria vendido mais de 30 milhões de cópias seria considerado maluco!

Em maio e junho de 1991m Kurt Cobain e seu colegas gravaram o disco “Nevermind”. O orçamento inicial para a gravação era de 65 mil dólares, mas até ser finalizado o custo subiu para 120 mil dólares, valor infinitamente maior do que os 600 dólares gastos na produção de “Bleach”. O nome “Nevermind” surgiu de uma conversa entre Kurt e o baixista Krist Novoselic. Numa tradução livre, o título do disco é algo como “Deixa pra lá” ou “esqueça isso”, o que Kurt entendia ser uma metáfora para o seu estilo de vida. “Nevermind” também remetia a “Smells Like Teen Spirit”, a música que estava se tornando a mais falada durante as gravações, embora inicialmente a banda achasse que o maior sucesso seria a faixa “Lithium”.

O Nirvana dedicou um bom tempo para a produção da capa. Kurt teve a ideia de colocar um bebê (Spencer Elden, hoje com 20 anos, na época fotografado peladinho por Kirk Weddle) nadando atrás de uma nota de um dólar. Era uma piada dos músicos com relação à própria banda, que ao abandonar o selo independente Sub Pop teria se vendido ou estaria nadando atrás do dinheiro fácil das grandes gravadoras. Ao mesmo tempo, a capa geraria controvérsia ao mostrar o bebê com o pauzinho de fora.

No dia 24 de setembro de 1991 “Nevermind” chegou às lojas. Em uma semana a prensagem inicial de 50 mil cópias havia se esgotado. Um mês depois, o álbum chegou à marca das 500 mil cópias comercializadas, causando um verdadeiro furacão dentro da DGC, que passou a dedicar mais atenção ao grupo. Ainda em outubro, a MTV incluiu o clipe de “Smells Like Teen Spirit” em sua programação normal. As boas vendas continuaram e em 11 de janeiro de 1992 “Nevermind” chegou ao primeiro lugar da parada da Billboard, ultrapassando “Dangerous”, do astro pop Michael Jackson. O Nirvana havia chegado ao topo.

Junto com Nirvana, toda a cena musical de Seattle cresceu junto. Nomes como Pearl Jam, Soundgarden, Alice in Chains tiveram um impulso imenso em suas carreiras. Outras bandas como TAD, Mudhoney ou Love Battery, que estariam condenadas ao eterno anonimato se não foco o empurrão de “Nevermind”, certamente estariam condenadas para sempre ao anonimato. A força do segundo álbum do Nirvana, enquanto propulsora de um fenômeno cultural, ainda hoje é difícil de dimensionar ou explicar. A toda aquela ebulição deram o nome de grunge, vendido como a coisa mais cool do começo dos anos 90 para logo depois ser descartado como mais um simples capricho desgastado da indústria fonográfica quando perdeu o gosto de novidade.

Lado Girl/Lado Boy

Grande parte de “Nevermind” é fruto de um coração partido. O biógrafo de Kurt Cobain, Charles Cross, no livro “Mais Pesado Que o Céu” afirma que quatro músicas presentes no disco foram escritas pelo líder do Nirvana após o rompimento do relacionamento de cerca de seis meses entre ele e Tobi Vail, integrante da banda Bikini Kill. São elas: “Smells Like Teen Spirit”, “Drain You”, “Lounge Act”, “Lithium”. Além dessas, também “Aneurysm”, que foi lançado como um lado B e depois apareceu também na coletânea “Incesticide”.

Kurt Cobain, segundo Cross, ficou com uma dor de cotovelo tão intensa pelo fim do namoro com Tobi Vail que, prestes a iniciar a gravação do que serm “Nevermind” ponderou por um tempo em dividir o disco em dois temas. O lado Girl – só com as canções traumaticamente inspiradas por sua ex-namorada – e lado Boy, com canções mais autobiográficas de Kurt, onde poderiam entrar faixas como “Sliver” e “Sappy”. O líder do grupo desistiu da ideia cafona, mas as canções sobre Tobi Vail permaneceram espalhadas por “Nevermind”. Como é comum entre os grandes artistas, Kurt Cobain transformou seu sofrimento no melhor de sua arte.

Porém, “o ódio que ele tinha pelos outros era leve comparado à violência que traçava contra si mesmo”, escreveu Charles Cross. Por um capricho do destino, a mesma dor emocional que inspirava Kurt Cobain a crescer artísticamente, abrindo-o para composições mais pessoais e dotadas de uma agressividade genuína, também escancararam as portas rumo à ruína total do músico. Sem Tobi, o líder do Nirvana encontrou consolo na heroína. Na época do lançamento de “Nevermind”, Kurt Cobain já era um junkie de primeira grandeza e nem o sucesso, o casamento com Courtney Love e o nascimento da filha Frances Bean serviram de consolo para ele. Embora jovem, rico e com uma nova família, aos vinte e poucos anos Kurt já se sentia “entediado e velho”, como cantou em “Serve the Servants”, música que abre o disco derradeiro “In Utero” e onde Kurt relaciona todos os motivos para o suicídio que iria cometer em abril de 1994.

O filhote estropiado da ninhada

O escritor norte-americano J. D. Salinger (1919-2010) na sua novela “Seymor, uma apresentação” (de 1959), escreveu:

“Parece-me indiscutível que muita gente no mundo todo, malgrado as diferenças de idade, cultura e dotes naturais, reage com ímpeto especial, em certos casos até mesmo febril, aos artistas e poetas que, além da reputação de produzirem arte de alta qualidade, têm algo extravagantemente errado como indivíduos: um defeito espetacular de caráter ou de comportamento cívico, uma desgraça ou vício supostamente românticos – extremo egotismo, infidelidade conjugal, surdez, cegueira, sede insaciável, tosse mortal, fraqueza por prostitutas, certa parcialidade em favor do adultério ou do incesto em larga escala, queda comprovada ou não pelo ópio ou sodomia etc. etc. Deus tenha piedade dessas solitárias criaturas. Se o suicídio não encabeça o rol das constrangedoras enfermidades dos homens criativos, é impossível negar que o poeta ou artista suicida sempre mereceu uma grande dose de ávida atenção, com frequência por razões meramente sentimentais, como se ele fosse (para colocar a coisa de maneira muito mais horrível do que realmente desejo) o filhote estropiado da ninhada”.

Uma descrição que cai como uma luva para Kurt Cobain, que na carta de suicídio descreveu a si mesmo como “um bebê errático e mal-humorado”. Somente alguém que tinha algo “extravagantemente errado como indivíduo”, um legítimo “filhote estropiado da ninhada” poderia conceber “Nevermind”. O disco em si é um punhado de canções com letras formadas por colagens autobiográficas de uma infância triste, uma adolescência turbulenta, um coração dilacerado pela rejeição amorosa e uma vida adulta predestinada à autodestruição. Tudo isso potencializado pela força avassaladora de uma guitarra, um baixo, uma bateria tocados com fúria autêntica por sujeitos que até aquele momento da vida não passavam de uns completos fodidos sem nada a perder.

É na dor, na raiva e na sinceridade contidas nos 42 minutos entre “Smells Like Teen Spirit” e “Something in the Way” que o disco se impõe como algo muito maior do que um punhado de canções pop. Mas também vai além e cada um dos milhões de fãs ao redor do mundo tem seus motivos para fazer deste um álbum tão especial em suas vidas. Duas décadas depois, o disco continua carregado de significados, mesmo para as gerações que nasceram depois de ele ter sido lançado e hoje insistem em ouvi-lo incansavelmente. Isso, aliado a repercussão das comemorações do 20º aniversário, mostra que “Nevermind” definitivamente se estabeleceu como um marco da cultura da rebeldia, expressivo enquanto arte e misterioso o bastante enquanto fenômeno de massa para nos fazer correr atrás de respostas para tentar entender, afinal, o que foi toda aquela "loucura do final de 91"?

O legítimo Rock in Rio...

Neil Young vai lançar autobiografia


O mais ilustre palestrante da próxima edição do festival SWU anunciou, através de comunicado à imprensa, a publicação de uma autobiografia em 2012. Neil Young já assinou contrato com a editora Blue Rider Press para o lançamento do livro, chamado “Waging Heavy Peace”.

“Eu senti que escrever livros se encaixa em mim como uma luva”, declarou Young. Em 2003, Jimmy McDonough lançou uma biografia chamada “Shakey: Neil Young’s Biography” e acabou processado pelo cantor para que cessasse a publicação da obra.

Assim como Young, outros grandes rock-stars já relataram histórias de suas vidas na literatura, como Eric Clapton, Keith Richards e Steven Tyler.

FONTE:
www.negodito.com

Baixe trilha do documentário "Pearl Jam 20"


Trilha sonora do documentário "Pearl Jam 20", que marca as duas décadas de carreira deste super grupo de Seattle. Este CD duplo traz faixas raras do Pearl Jam e de outras bandas pelos quais os integrantes do grupo tocaram ante de formar o Pearl Jam.

TRACKLIST:

CD1
01 Release 04:47
(Arena Di Verona – Verona, Italy 9/16/2006)
02 Alive 04:48
(Mookie Blaylock – The Moore Theatre – Seattle, WA
03 Garden 06:08
(Albani Bar Of Music – Winterthur, Zurich, Switzer
04 Why Go (Markthalle – Hamburg, Germany 3/10/1992) 03:23
05 Black 05:40
(Kaufman Astoria Studios – MTV Unplugged – New Yor
06 Blood 03:16
(Mt. Smart Stadium – Auckland, New Zealand 3/25/19
07 Last Exit 02:46
(Taipei International Convention Center – Taipei,
08 Not For You 06:19
(Folk Arts Theater – Manila, Philippines 2/26/1995
09 Do The Evolution 03:42
10 Thumbing My Way (Chop Suey, Seattle, WA 9/6/2002) 04:23
11 Crown Of Thorns 06:45
(10th Anniversary Show – MGM Grand – Las Vegas, NV
12 Let Me Sleep (It’s Christmas Time) 02:16
(Arena Di Verona Steps – Verona, Italy 9/16/2006)
13 Walk With Me 04:11
(Bridge School – Shoreline Amphitheatre – Mountain
14 Just Breathe 03:41
(30 Rock, Studio 8H – Saturday Night Live – New Yo

CD2
01 Say Hello 2 Heaven (Temple Of The Dog Demo, 1990) 07:05
02 Times Of Trouble (Demo 1990) 04:13
03 Acoustic #1 (Demo 1991) 02:50
04 ItAin’t Like That (Demo 1990) 01:28
05 Need To Know (Demo 2007) 01:52
06 Be Like Wind (McCready Score 2010) 01:54
07 Given To Fly 02:42
(McCready Acoustic Instrumental 7-29-2010)
08 Nothing As It Seems 04:42
(Jeff Ament Montana Demo 1999)
09 Nothing As It Seems 05:42
(Key Arena, Seattle, WA 10-22-2001)
10 Indifference 05:03
11 Of The Girl (Instrumental 2000) 05:06
12 Faithfull 04:27
(Duomo Square – Pistoia, Italy – Soundcheck 9-20-2
13 Bu$hleaguer 04:50
(Nassau Coliseum – Uniondale, NY 4-30-2003)
14 Better Man 06:50
(Madison Square Garden – New York, NY 5-21-2010)
15 Rearviewmirror 07:14
(Gibson Amphitheatre, Universal City, CA 10-01-200


LINK:
http://uploading.com/files/791ab11m/Pearl_Jam–Twenty_OST-2CD-2011-OMA.rar/

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Baixe a edição "deluxe" do disco Nevermind, do Nirvana



O lançamento oficial é dia 27 de setembro, mas acaba de cair na internet a versão superluxo de "Nevermind", do Nirvana. São quatro CDs, com o disco original, acrescido de lados B, mixagem alternativa, ensaios, apresentações para a BBC e show ao vivo.

Track List CD1: Remastered+B-Sides

01. Smells Like Teen Spirit
02. In Bloom
03. Come As You Are
04. Breed
05. Lithium
06. Polly
07. Territorial Pissings
08. Drain You
09. Lounge Act
10. Stay Away
11. On A Plain
12. Something In The Way
13. Endless, Nameless
14. Even In His Youth [b-side]
15. Aneurysm [b-side]
16. Curmudgeon [b-side]
17. D-7 [live at the bbc]
18. Been A Son [live]
19. School [live]
20. Drain You [live]
21. Sliver [live]
22. Polly [live]

Track List CD2: Smart Sessions

23. In Bloom
24. Immodium (Breed)
25. Lithium
26. Polly
27. Pay To Play
28. Here She Comes Now
29. Dive
30. Sappy

Track List CD2: The Boombox Rehearsals and BBC Live

31. Smells Like Teen Spirit
32. Verse Chorus Verse
33. Territorial Pissings
34. Lounge Act
35. Come as You Are
36. Old Age
37. Something in the Way
38. On a Plain
39. Drain You (Live)
40. Something in the Way (Live)

Track List CD3: The Devonshire Mixes

41. Smells Like Teen Spirit
42. In Bloom
43. Come As You Are
44. Breed
45. Lithium
46. Territorial Pissings
47. Drain You
48. Lounge Act
49. Stay Away
50. On A Plain
51. Something In The Way

Track List CD4: Live At The Paramount Theatre

52. Jesus Doesn?t Want Me For A Sunbeam
53. Aneurysm
54. Drain You
55. School
56. Floyd The Barber
57. Smells Like Teen Spirit
58. About A Girl
59. Polly
60. Breed
61. Sliver
62. Love Buzz
63. Lithium
64. Been A Son
65. Negative Creep
66. On A Plain
67. Blew
68. Rape Me
69. Territorial Pissings
70. Endless, Nameless

LINK PARA DOWNLOAD:
http://www.uploadstation.com/file/vrRFDP2/Nirvana-Nevermind_

R.E.M.: uma trajetória próxima da perfeição



Por CARLOS EDUARDO LIMA
Especial para o portal MONDO BACANA (www.mondobacana.com)


“Para todos os nossos amigos e fãs: como R.E.M., e como amigos de longa data e conspiradores, decidimos encerrar as atividades como banda. Saímos com um grande sentido de gratidão, de finalidade e de espanto com tudo o que temos realizado. Para quem já se sentiu tocado por nossa música, nosso mais profundo agradecimento por escutá-la”.

Justo hoje, 20 de setembro de 2011, eu passei o dia inteiro na rua, indo e vindo. Chego em casa por volta de 16h para colocar o trabalho em dia e me deparo com a notícia do fim do R.E.M.. O editor deste prestimoso Mondo Bacana, Abonico Smith, me pedia para fazer um texto "na pressa" sobre o fim da banda. Fui me informar, afinal de contas, como assim "fim do R.E.M."? Eles não estavam gravando material para um novo disco? Eles não lançaram um simpático álbum neste ano, Collapse Into Now? Eles não são daquele grupo – cada vez menor – de bandas e artistas em quem nós podemos confiar e que nos acompanham há um bom tempo nessa vida? Sim, as respostas são todas positivas, mas, ainda assim, Stipe, Buck e Mills encerraram suas atividades hoje, com a nota oficial que abre esse texto.

Digno? Por certo, ainda que Collapse Into Now e seu antecessor, Accelerate (2008) sejam discos legais, o R.E.M. não conseguia repetir o brilhantismo dos trabalhos dos anos 80 e 90. Por que será? Os caras já não teriam muito a dizer, nesse mundo globalizado e neoliberal de hoje? Será que a discrição e o low profile dos integrantes da banda prevaleceu sobre a lógica de oferta e procura monetária que rege tudo hoje em dia? Será que chutaram o balde e foram criar cabras ou investir a grana e o prestígio acumulados ao longo de uma carreira de pouco mais de 30 anos em alguma banda nova ou em meios de tornar algum artista atual tão relevante quanto eles foram/são? Esse texto está cheio de perguntas.

O All Music Guide abre seu texto sobre o R.E.M. com uma linha tão precisa que encapsula tudo a ser dito sobre eles: "O R.E.M. foi a banda que transformou o pós-punk em rock alternativo". Mesmo se levarmos em conta que a afirmativa se restringe ao cenário americano, é um baita feito em termos de história, certo? Além disso, me permitam, também resgatou uma certa tradição folk americana e a misturou nas influências de Velvet Underground e Television. Tornaram-se arquitetos de um novo som e se credenciaram para o derby da modernidade em condições de igualdade com gente como o Talking Heads, ainda que menos badalados e menos excruciantemente revolucionários.

Trilharam um caminho próprio nos anos 80, integrando o cast da independente gravadora IRS. Gravaram discos lindos como Murmur (1983), Reckoning (1984), Life's Rich Pageant (1986) e Document (1987). Percebo que, ao destacar os "discos lindos" do REM, só deixo de fora Fables Of Reconstruction (1985) e Green (1988), a meu ver, trabalhos menores se comparados aos outros. Canções como "Fall On Me", "So Central Rain", "Talk About The Passion", "It's The End Of The World As We Know It (And I Feel Fine)" e “Radio Free Europe” são elementos certos em listas de melhores momentos da década de 1980. Além do talento inegável do trio, mais o baterista fundador Bill Berry, há um certo ar de integridade artística na coisa. Seria algo como ouvir pessoas que acreditavam ingenuamente no que estavam fazendo, nas letras, nas levadas, nos arranjos. Eram quatro moradores de Athens, uma cidadezinha do interior da Geórgia, fornecendo ao mundo a sua visão peculiar das coisas. Tinha tristeza, agonia, introspecção, mas também aquela inocente crença em que tudo termina bem no fim e que o mundo está aí pra ser transformado por nós.

Superexposição

A entrada do R.E.M. na década de 1990 veio com um contrato milionário oferecido pela Warner. Saíram da pequena IRS e assinaram com uma major. Os fãs tremeram. Afinal de contas, pra onde iria a integridade descrita no fim desse parágrafo aí em cima? Na verdade, Green, de 1988, já saiu com a chancela da gravadora dos irmãos Warner e, talvez não por engano, trouxe uma mudança de atitude. Se o REM era sério e tristonho antes, com canções como "Stand" se permitia uma inédita autogalhofa, com dancinhas e piadinhas. Cutucaram a questão atitude versus major com "Pop Song 89" e foram arremessados ao megaestrelato em 1991 quando a MTV exibiu "Losing My Religion" mil vezes por dia em todo o mundo. A levada de bandolim e o andamento de folk rock que poderia ser dos Byrds adolescentes fez com que essa canção se tornasse conhecida de todos, literalmente. De críticos musicais à moça que está na esteira da academia de ginástica, hoje, todos conhecem "Losing My Religion". Talvez por não saber lidar com essa superexposição, o R.E.M. ficou com nojinho dela e de "Shinny Happy People", o outro megahit de Out Of Time, o disco de 1991. E por quê? Ainda uma birra com a Warner? Dificuldade em se adaptar ao mundo pré-neoliberalismo?

A oscilação entre penumbra e escuridão total de Automatic For The People, disco lançado um ano depois disso tudo, mostrava que o R.E.M. ainda tinha muito de lado negro da Força pra mostrar. Chamaram John Paul Jones, o ex-baixista e literato do Led Zeppelin, para arranjar as cordas do disco e pariram mesma na Seatlle pós-explosão do grunge um trabalho que pode ser o melhor que já fizeram. Canções como "Everybody Hurts", "Drive", "Sidewinder Sleeps Tonight", "Man On The Moon" e "Nightswimming", nos oferecem uma viagem pela noite. Se chover ou fizer lua cheia, não importa, este vai ser sempre belo e capaz de nos despertar uma lembrança qualquer sobre nós mesmos. Não é clichê jornalístico, é um fato. O mesmo clima sombrio ma non troppo viria quatro anos depois, com New Adventures In Hi-Fi, outro mergulho na noite, dessa vez com aditivos químicos contribuindo para uma visão distorcida de certos elementos da realidade.

"E-Bow The Letter", "Electrolite", "Bittersweet Me", o disco todo é torto, incompleto, embaçado, pouco esclarecedor e não se pode querer nada além do que é mostrado. A voz de Patti Smith no meio de "E-Bow The Letter" é desencarnada, fantasmagórica. As colaborações com Stephen Stills, Peter Murphy, Thurston Moore, ainda que inéditas no curriculum da banda, fazem sentido na paisagem atmosférica que é NAIHF. Lembro-me de comprar um single de "Bittersweet Me" e me deparar com uma cover belíssima de "Wichita Lineman", de Jimmy Webb, um dos maiores hits radiofônicos dos anos 60. Escondida no single, "Wichita" tinha brilho próprio, reinterpretada sob a lógica do disco, atirada na noite das composições, como se a visão do operador de linhas telefônicas num poste no meio do deserto – inspiração de Webb para escrever a canção 20 e tantos anos antes – fosse possível numa noite estrelada em meio a uma das rodovias interestaduais do Meio-Oeste americano.

Entre essas duas noites musicais veio Monster. Anunciado na época como "o retorno do REM ao rock". Eu pensava em 1994, ano de lançamento do disco, "mas, ele nunca deixaram o rock pra trás"... Monster é um disco único na carreira da banda, uma pisada nos pedais de distorção por certo, mas uma comedida chutação de balde. Só isso. Canções como "Crush The Eyeliner", "What's The Frequency, Kenneth" e "Strange Currencies" são certinhas, belas, fortes. O disco não é glam, não é pesado, não é nada além do velho R.E.M., mudando, andando, não criando limo.

Em 1995, durante a turnê de Monster, Bill Berry sofreu um aneurisma em pleno palco, na Suíça. Ele se recuperou em um mês, voltou a excursionar com os amigos, gravou baterias para Hi-Fi, mas preferiu retirar-se de cena em 1997, amigavelmente, para cuidar da família. O R.E.M. precisou se reinventar como trio, sobretudo em estúdio. Com Up, o sucessor de NAIHF, lançado em 1999, essa mudança ficou evidente. São muitos teclados, muitos climas, muitos barulhinhos. Tudo contribuía para que Up não seja um dos melhores discos do REM. Exceções em meio ao cenário estéril surgiam com "At My Most Beautiful" e "Daysleeper", a mais próxima da sonoridade clássica da banda.

Reveal, lançado em 2001, tentava retornar para casa. Era mais ou menos a mesma sensação passada por outra banda que deixava a selva do experimentalismo pra trás e buscava conforto na velha vizinhança sonora de sempre – o U2 vinha com o belo All That You Can't Leave Behind. O single de Reveal, "Imitation Of Life", teve alta rotação em MTV e rádios, lembrando um pouco "Losing My Religion". Auxiliada por "All The Way To Reno", as duas canções têm certa relevância no cânon da banda, mas, ainda que Reveal tenha seu valor e seu charme meio escondidos, concentrados em grande parte na beleza sessentista de uma bela pérola esquecida chamada "Beachball", não mudavam muito o cenário de indefinição sobre o futuro da banda. Em 2004, a chegada de Around The Sun, o consensual pior disco da carreira do R.E.M., só serviu para os fãs prepararem o velório do trio, algo que ainda demoraria um pouco para acontecer. Accelerate (2008) e Collapse Into Now (2011), bons trabalhos, cheios de acenos a uma juventude roqueira pouco comum ao passado da banda, serviram para manter o trio vivo, mas sem muito brilho, navegando nas águas de um passado recente. E, como diz o filósofo, nada mais antigo que o passado recente...

Dois discos ao vivo (R.E.M. Live e Live At Olympia), duas coletâneas (centradas nas fases distintas da carreira, na IRS e na Warner), relançamentos dos discos em formato CD+DVD e como edições de luxo (no caso, os discos independentes dos anos 80) serviram para dar ao fã da banda a atenção que ela merece. Há belos momentos em todos os cantos do catálogo do R.E.M. e é justo que novas e velhas gerações experimentem isso. Entretanto, por mais ética e digna que seja a atitude do trio em anunciar o fim das atividades, fica um gosto amargo de experimentar um mundo em que não haja uma análise de conjuntura aqui ou ali feita pela percepção única de Michael Stipe e emoldurada pelo conhecimento musical de Peter Buck e Mike Mills.

Eles estarão por aí, vendo e ouvindo o mesmo que nós, com ou sem cinismo diante do politicamente correto e dos absurdos do mundo. É chato ver gente na casa dos cinquenta anos sendo derrotada por uma conjuntura que separa cada vez mais velhos do século passado e jovens do século XXI. Mas aí é uma neura do autor do texto. Talvez, provavelmente, o R.E.M. seja mais jovem que todos nós, a ponto de ser atemporal.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

R.E.M. encerra a carreira


A banda R.E.M. publicou um comunicado oficial em seu site nesta quarta-feira anunciando que a banda acabou.

"Aos nossos fãs e amigos: Como R.E.M. e como amigos, decidimos terminar nossas atividades. Com muita gratidão por tudo o que conseguimos conquistar. A qualquer um que se sentiu tocado pela nossa música, muito obrigada", diz o comunicado.

A banda começou sua carreira no início dos anos 1980 e gravou, até hoje, 15 álbuns de estúdio. O último é "Collapse Into Now" e foi lançado em março deste ano.

Além de Stipe, o grupo era composto pelo guitarrista Peter Buck e o baixista Mike Mills. O baterista original da banda, Bill Berry, se aposentou em 1997 para virar fazendeiro.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Krist Novoselic faz tributo a 'Nevermind' nesta terça-feira nos EUA


Por LÚCIO RIBEIRO
ENVIADO ESPECIAL DA FOLHA DE S. PAULO A SEATTLE


Não era dele a famosa voz estridente, nem a guitarra barulhenta que mudou o rock.

Muito menos optou por tirar a própria vida e entrar para a eternidade. Depois do fim da banda, ele não montou nenhum supergrupo e está longe de ser um dos principais ídolos do rock atual.

Krist Novoselic, "apenas" o sujeito que tocou baixo no trio Nirvana, toma para si o nome de sua ex-banda e faz hoje em Seattle um show-tributo ao histórico "Nevermind", álbum que comemora 20 anos de seu lançamento nesta semana.

Parceiro de Nirvana de Kurt Cobain (o do suicídio) e Dave Grohl (o do Foo Fighters), Novoselic reúne uma penca de bandas da cidade americana que deu à música sua última grande revolução, o grunge.

Irão recriar ao vivo nesta noite as músicas de "Nevermind", o lendário disco que "quebrou tudo", que "mudou tudo", que "abalou as estruturas da indústria", que...

"Nevermind", segundo álbum do Nirvana, foi lançado em 24 de setembro de 1991. O concerto-tributo a ele é realizado hoje, e não no sábado (dia 24), porque a terça-feira é o dia oficial de lançamentos de discos nos EUA.

Para muitos, o aniversário do "Nevermind" é hoje.

O show é às 21h aqui de Seattle (1h da manhã de quarta no horário de Brasília) no imponente Experience Music Project, que faz parte de um complexo de museus dedicados à história da música popular e à ficção científica.

O local foi projetado pelo arquiteto canadense Frank Gehry e erguido com o dinheiro de Paul Allen.

Participarão do "Nevermind Live" os grupos The Presidents of the United States of America, The Fastbacks e Screaming Trees.

O rumor de que Dave Grohl poderia participar da homenagem é muito improvável: o Foo Fighters tem show hoje em Cleveland, Ohio.

"Nevermind Live", segundo anuncia o site do EMP (www.empmuseum.org), terá transmissão ao vivo pela internet no site www.livestream.com/nevermindlive.

Baixe "Live Rust", clássico álbum ao vivo de Neil Young & Crazy Horse, lançado em 1979


Um dos principais álbuns ao vivo de toda a carreira de Neil Young com a banda Crazy Horse. Foi gravado na turnê de 1979, cujo show foi considerado o melhor daquele ano pela revista norte-americana Rolling Stone. Para quem se interessar, também existe o DVD com este show, vendido com o nome "Rust Never Sleeps".

TRACKLIST:

1 Sugar Mountain (Live) 5:02
2 I Am a Child (Live) 3:00
3 Comes a Time (Live) 3:15
4 After the Gold Rush (Live) 3:48
5 My My, Hey Hey (Out of the Blue) (Live) 4:11
6 When You Dance I Can Really Love (Live) 3:42
7 The Loner (Live) 4:52
8 The Needle and the Damage Done (Live) 3:06
9 Lotta Love (Live) 2:51
10 Sedan Delivery (Live) 4:50
11 Powderfinger (Live) 5:43
12 Cortez the Killer (Live) 6:18
13 Cinammon Girl (Live) 3:21
14 Like a Hurricane (Live) 8:02
15 Hey Hey, My My (Into the Black) (Live) 4:37
16 Tonight’s the Night (Live) 7:12

LINK:
http://rapidshare.com/files/335660596/Live_Rust.zip

sábado, 17 de setembro de 2011

PROGRAMA EDIÇÃO Nº 397




1) AEROSMITH – LIVING ON THE EDGE
2) QUEEN – BOHEMIAN RAPSHODY
3) PLEBE RUDE – ATÉ QUANDO ESPERAR
4) PÚBLICA – CASA ABANDONADA
5) PATO FU – SONÍFERA ILHA
6) OFFSPRING – DON’T PICK IT UP
7) BUZZCOCKS – LOVE YOU MORE

8) PEARL JAM – OLÉ
9) THE HIVES – TRY IT ALL AGAIN
10) CINDY FEIJÃO – ONDE ESTÃO OS ANJOS
11) JOÃO PENCA E SEUS MIQUINHOS AMESTRADOS – PAPA UMA
12) PARALAMAS DO SUCESSO – VITAL E SUA MOTO
13) EVERCLEAR – THE SWING
14) RAMONES – CHINESE ROCK

15) NEVILTON – DELICADEZA
16) ERASMO CARLOS – KAMASUTRA
17) NIRVANA – NEGATIVE CREEP
18) OASIS – I’M OUTTA TIME
19) STONE TEMPLE PILOTS – FIRST KISS ON MARS
20) STROKES – HARD TO EXPLAIN
21) CINDY FEIJÃO – MARIA BONITA

22) PELEBRÓI NÃO SEI – LÁGRIMAS ALCOÓLICAS
23) ANACRÔNICA – DELOREAN
24) AC/DC – MONEYTALKS
25) FOO FIGHTERS – WALK
26) LIBERTINES – CAN’T STAND ME NOW
27) FORGOTTEN BOYS – QUINTA-FEIRA
28) CAETANO VELOSO – IRENE (AO VIVO)
29) THE KILLERS – JENNY WAS A FRIEND OF MINE

30) RED HOT CHILI PEPPERS – THE ADVENTURES OF RAINDANCE MAGGIE
31) BOMBAY BYCICLE CLUB – SHUFFLE

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Banda paranaense Nevilton lança seu primeiro disco, "De Verdade"


Por CAROL NOGUEIRA
Da Folha de S. Paulo


O nome pode parecer de músico em carreira solo, mas Nevilton Alencar, 24, faz questão de dizer que a banda é que leva o seu nome.

É engraçado. "Uma vez rolou até um: 'Como? Ney & Vitor?'", ri o paranaense, que canta ao lado de Tiago Lobão (baixo) e Flipi Stipp (bateria).

Em breve, Nevilton não vai ter de explicar que não é banda sertaneja, mas de rock.

O grupo lança neste mês seu primeiro disco, "De Verdade", que tem tudo para ficar entre os melhores do ano. A banda venceu na semana passada a categoria Experimente do Prêmio Multishow.

Em 2010, quando lançou o EP "Pressuposto", a banda conquistou a crítica musical. "Agora, esperamos conseguir fazer pelo menos o dobro do barulho", diz Nevilton.

A versatilidade do grupo é uma de suas principais características. "Nossas influências vão de Chuck Berry e Elvis até Titãs, Paralamas e Barão Vermelho", conta.

Cazuza é, aliás, influência em músicas como "A Máscara", nas quais a veia "poeta" de Nevilton chama atenção.

Com simplicidade e delicadeza, as letras destrincham situações e sentimentos complexos cotidianos.

Os próximos shows são em Campinas (17), Bragança Paulista (24) e São José dos Campos (25). Em SP, só no dia 21 de outubro, no Studio SP.

Nevermind, 20 anos depois


Por ANDRÉ BARCINSKI
Colunista da Folha de S. Paulo


Dia 24, “Nevermind” completa 20 anos.

Quem quiser saber tudo – mas tudo mesmo – sobre a gravação do disco, com detalhes técnicos e análises das letras misteriosas e criptografadas de Kurt Cobain, deve correr à livraria mais próxima e comprar “Kurt Cobain – Fragmentos de uma Autobiografia”, do chapa Marcelo Orozco, livro que já recomendei diversas vezes.

O que me interessa, hoje, é tentar entender as conseqüências do disco. O que ele mudou em nossas vidas?

Costuma-se dizer que “Nevermind” foi um divisor de águas. E foi mesmo.

Para entender o impacto do disco, é preciso pôr em perspectiva a cena musical da época.

Há 20 anos, havia uma barreira gigante entre o alternativo e o comercial. Eram dois mundos distintos.

Quem gostava de bandas independentes comprava discos em certas lojas, lia certas revistas, ouvia certas rádios e se correspondia com pessoas de gosto semelhante.

Era um clubinho fechado, que nasceu, cresceu e se multiplicou por muitos anos, sem ser incomodado e sem perturbar o “mainstream”.

Bandas como o Nirvana, que nasceram no meio independente, nem sonhavam em ter uma música nas paradas de sucesso ou um clipe na MTV. Isso era para os outros.

No entanto, lá pelo fim dos anos 80, uma série de fatores começou a mudar esse panorama.

Em primeiro lugar, a venda de discos independentes começou a crescer em todo o mundo. Ao mesmo tempo, os artistas pop mais famosos passavam por uma crise comercial e artística.

Grupos oriundos da cena alternativa, como REM, Red Hot Chili Peppers e Metallica, tornaram-se gigantes da indústria.

Em 1991, Perry Farrell lançou o Lollapalooza, festival que provou o potencial mercadológico da cena mais alternativa.

As grandes gravadoras, percebendo a maré favorável, começaram a contratar diversas bandas antes consideradas indesejáveis e sem potencial de mercado.

Daí veio “Nevermind”.

O que rolou imediatamente após o lançamento do disco foi um fenômeno semelhante ao que aconteceria, dez anos depois, com a bolha da Internet: megacorporações jogado dólares para o alto e comprando, a peso de ouro, qualquer bandinha – especialmente as de cabelo comprido e camisa xadrez.

Era insano: bastava Kurt Cobain elogiar uma banda para, minutos depois, ela ser contratada a peso de ouro. Aconteceu com Shonen Knife, Flipper, Eugenius, Flaming Lips, Redd Kross e TAD.

Até o Melvins, uma das bandas mais anticomerciais da história, ganhou uma bolada da Atlantic Records para gravar “Houdini”, disco em que Cobain tocou guitarra e, supostamente, produziu. Digo “supostamente” porque o próprio Buzz Osbourne me disse que Kurt só colocou o nome nos créditos para ajudá-los: “Kurt não era capaz de produzir nem um bolo instantâneo, quanto mais um disco.”

As grandes gravadoras compraram também diversos selos independentes.

Essa corrida ao ouro durou por uns dois ou três anos. Lá por 1995, a bolha indie estourou. E o resultado foi uma cena alternativa completamente esfacelada. Parecia o fim de uma guerra.

Algumas bandas – pouquíssimas, na verdade – sobreviveram. A grande maioria sumiu, levando junto bilhões de dólares em adiantamentos e contratos.

Selos alternativos que, por anos e anos, haviam formado bases sólidas de fãs, foram abandonados por seus novos donos.

Kurt, claro, já não estava vivo para testemunhar. E seu “Nevermind”, o disco que ele chegou a renegar, virou o símbolo dessa época que, paradoxalmente, marcou o apogeu e o início do declínio da cena alternativa.

“Nevermind” foi como o topo de uma montanha, que bandas, selos e fãs levaram anos para atingir, só para despencar lá de cima, abraçados, numa avalanche que soterrou todo mundo.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Baixe a versão deluxe dos álbuns Vs. e Vitalogy, do Pearl Jam


Já que tirei o dia pra falar do Pearl Jam, vai aí mais uma colher de chá: a versão deluxe dos discos Vs. e Vitalogy, lançadas recentemente em um único box que, além dos álbuns, ainda traz faixas inéditas e um show de 1994!

TRACKLIST:

Disc #1: Vs. [Legacy Edition]
01. Go 3:13
02. Animal 2:48
03. Daughter 3:55
04. Glorified G 3:26
05. Dissident 3:35
06. W.M.A. 5:58
07. Blood 2:50
08. Rearviewmirror 4:43
09. Rats 4:15
10. Elderly Woman Behind the Counter In a Small Town 3:16
11. Leash 3:08
12. Indifference 5:08
13. Hold On (Demo) 4:40
14. Cready Stomp (Studio Outtake) 3:22
15. Crazy Mary 5:39

Disc #2: Vitalogy [Legacy Edition]
01. Last Exit 2:55
02. Spin the Black Circle 2:47
03. Not For You 5:52
04. Tremor Christ 4:12
05. Nothingman 4:35
06. Whipping 2:34
07. Pry, To 1:03
08. Corduroy 4:37
09. Bugs 2:45
10. Satan's Bed 3:30
11. Better Man 4:28
12. Aya Davanita 2:57
13. Immortality 5:28
14. Stupidmop 7:28
15. Better Man (Guitar/Organ Only) 3:55
16. Corduroy [Alt. Take) 4:44
17. Nothingman (Demo) 4:36

Disc #3: Live at the Orpheum Theatre - Boston, April 12, 1994
01. Oceans 3:07
02. Even Flow 5:27
03. Sonic Reducer 4:42
04. Immortality 7:03
05. Glorified G 3:11
06. Daughter 6:38
07. Not for You 5:43
08. Rats 4:44
09. Blood 4:33
10. Release 4:46
11. Tremor Christ 4:12
12. Once 3:24
13. Fuckin' Up 4:11
14. Dirty Frank 4:03
15. Rearviewmirror 5:15
16. Small Town 4:08

LINK:
http://www.filestube.com/6qntLpRlNJnlaFJSwW4jF5/Pearl-Jam-1993-1995-2011-3CD-JUST.html

Pearl Jam disponibiliza nova música de graça


"Olé", nova música do Pearl Jam, disponível para download gratuito. Link:

http://www.pj20.com/countdown/

Crowe faz documentário comportado sobre Pearl Jam


Por DANIEL OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM TORONTO

O show passava das duas horas de duração e as 18 mil pessoas no Air Canada Centre, em Toronto, no último domingo, já pareciam satisfeitas com o que tinham visto e ouvido do Pearl Jam.

Foi quando a banda iniciou os acordes de "Rockin' in the Free World", cover de Neil Young. E eis que o próprio surge no palco para uma jam de quase dez minutos.

A mensagem deixada ali é clara: aos 20 anos, o grupo continua vivo. Não só vivo como em clima de celebração.

Dentro das comemorações, está o lançamento oficial do documentário "Pearl Jam Twenty", dirigido pelo cineasta Cameron Crowe ("Quase Famosos"), no Festival de Toronto, no último sábado.

O projeto conta com um livro homônimo, escrito por Jonathan Cohen, e um CD duplo da trilha do filme, que sai no próximo dia 20, data em que o longa será exibido nos cinemas brasileiros. O DVD sairá em 25 de outubro.

No Brasil, a festa de verdade começa em novembro, quando a banda passa por São Paulo (dias 3 e 4), Rio (6), Curitiba (9) e Porto Alegre (11).

O documentário não traz confissões nem lavagem de roupa suja. É uma mera recapitulação dos principais momentos da história do Pearl Jam, compilados dentre mais de 1.200 horas de material por um amigo de longa data.

Crowe conhece o grupo desde sua formação em Seattle. Em entrevista coletiva, disse que seu objetivo era "fazer um filme que desse a sensação que um show ou um CD do Pearl Jam dão".

Os marcos estão ali: da morte de Andrew Wood, vocalista da banda Mother Love Bone (que, anos mais tarde, daria origem ao Pearl Jam) ao estouro do álbum "Ten" e à briga com a Ticketmaster nos anos 1990, passando pela tragédia no festival de Roskilde, na Dinamarca, em 2000, quando nove pessoas morreram durante um show.

Os momentos mais dramáticos, como este último, porém, são tratados de forma episódica, quase superficial.

Segundo o vocalista, Eddie Vedder, para lidar com o grupo, Crowe teve de agir como um caçador de borboletas. "Você não pode segurá-las com muita força, sabe?"

O filme narra a busca dos integrantes por manter os mesmos princípios dos cinco adolescentes que começaram a fazer música em Seattle.

Cameron Crowe segura o que ele chama de "espelho para mostrar como o Pearl Jam se parece para mim".

Segundo o baixista Jeff Ament, a beleza do filme é "olhar para os primeiros cinco ou seis anos e encontrar algum sentido naquilo tudo".

Para Vedder, "é incrível ter isso colocado na nossa frente. Para que saibamos apreciar um pouco mais. E para sabermos que temos um alicerce forte para seguir pelos próximos 20 anos", concluiu.

FONTE:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/974202-crowe-faz-documentario-comportado-sobre-pearl-jam.shtml

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Brian May diz que pensou em suicídio após morte de Freddie Mercury


O guitarrista do Queen, Brian May, disse em entrevista ao tabloide inglês "Daily Mail" que pensou em suicídio após a morte de Freddie Mercury, em 1991.

May, que perdeu o pai na mesma época, disse que sentia falta de vontade de viver nos meses seguintes.

"Eu estava completamente doente. Estava ferido e em pedaços. Entrei em depressão profunda, estava consumido pelos sentimentos de perda. Fazer turnê com uma banda coloca seus amigos e família em espera. Você está focado em uma coisa: a banda. Quando ela termina, você fica no limbo. A banda terminou, então havia um sentimento de perda terrível. A banda era minha família. Eu perdi Freddie e meu pai ao mesmo tempo. Eu não queria amar, me perdi completamente", disse May.

Na semana passada, a banda celebrou a vida de Mercury, que teria completado 65 anos, com uma série de tributos.

FONTE:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/974025-brian-may-diz-que-pensou-em-suicidio-apos-morte-de-freddie-mercury.shtml

Bombay Bicycle Club: baixe e curta!


Uma banda que tem dado o que falar nas últimas semanas é o Bombay Bicycle Club, que recentemente lançou seu novo disco "A Different Kind of Fix". Com destaque nos recentes festivais europeus, a banda estampa essa semana a capa da revista inglesa NME e foi confirmado no Planeta Terra, em São Paulo, em novembro. Soa como uma mistura de MGMT com Broken Social Scene...

TRACKLIST:

01. How Can You Swallow So Much Sleep
02. Bad Timing
03. Your Eyes
04. Lights Out, Words Gone
05. Take the Right One
06. Shuffle
07. Beggars
08. Leave It
09. Fracture
10. What You Want
11. Favourite Day
12. Still
13. Beg (Bonus Track)

LINK PARA DOWNLOAD:
http://www.loadly.com/kcu1vwmiky5v/klbdticlerosdosmiloncediffix_.rar

Baixe novo disco do Subways


"Money and Celebrity", novo disco do The Subways... É meio punk pirulito, mas tem lá sua graça...

1. It’s A Party
2. We Don’t Need Money To Have A Good Time
3. Celebrity
4. I Wanna Dance With You
5. Popdeath
6. Like I Love You
7. Money
8. Kiss Kiss Bang Bang
9. Down Our Street
10. Rumour
11. Friday
12. Leave My Side

LINK:
http://www.loadly.com/j9tljsl0els5/zubueys-plata.rar

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

"Capa com bebê nu virou marca registrada", diz ex-baixista do Nirvana


Por CAROL NOGUEIRA
www.folha.com

No dia 28 de outubro de 1991, o fotógrafo Kirk Weddle foi chamado pela gravadora Geffen Records para fotografar os membros do Nirvana --Kurt Cobain, Dave Grohl e Krist Novoselic-- dentro de uma piscina.

Esse foi o segundo e último encontro do fotógrafo com a banda. Antes ele fora o responsável pela icônica imagem do bebê nadando nu da capa do disco "Nevermind", lançado naquele ano.

"A capa com o bebê ficou tão popular que queríamos fotos nossas daquele jeito. Era a nossa marca registrada", disse Novoselic, ex-baixista do grupo, à Folha.

Com o fim da banda, as imagens foram esquecidas no fundo de uma gaveta de Weddle. "Eles nunca gostaram das fotos, mas eu sim", diz.

Neste ano, o fotógrafo viu uma oportunidade de ouro de resgatá-las: o aniversário de 20 anos do álbum que até hoje é cultuado como o último a revolucionar o rock.

ANIVERSÁRIO

Questionado sobre quão difícil é falar sobre o suicídio de Cobain em 1994, Novoselic fugiu do assunto.

"Estamos lançando esses discos sobre como nós fizemos 'Nevermind' juntos...", disse, referindo-se ao lançamento pela gravadora Universal de uma caixa com três CDs e um DVD, no próximo dia 27.

Entre os álbuns há uma edição remasterizada do "Nevermind" original, além de lados B, mixagens alternativas e raridades.

Novoselic faz show tributo ao disco no próximo dia 20, em Seattle (EUA). Grohl não participa da homenagem --estará do outro lado do país tocando com o Foo Fighters.

A renda obtida com o show será revertida para Susie Tennant, relações públicas da gravadora de Seattle, que descobriu em março ter câncer de ovário. "Ela organizou nossa festa de lançamento em 1991. Queria fazer algo por ela", conta o baixista.

Ao contrário de Grohl, bem sucedido em seu projeto pós-Nirvana, Novoselic nunca chegou perto do sucesso após a morte de Cobain e o fim da banda. Após vários projetos musicais fracassados, ele anunciou que deixaria a música em 2003, e se mudou para a pequena cidade de Deep River, em Washington.

No ano passado, participou das gravações do novo disco da banda de Grohl, "Wasting Light": tocou baixo e acordeão na música "I Should Have Known".

"Dave me pediu e eu disse que tudo bem. Foi como nos velhos tempos", diz. A banda se empolgou e acabou ensaiando "Smells Like Teen Spirit" pela primeira vez em 18 anos. "É esse o espírito. Você tem que continuar tocando", afirma Novoselic.

O BEBÊ

Hoje aos 20 anos, o "bebê" da capa de "Nevermind", Spencer Elden, é designer no estúdio Obey Giant, do artista Shepard Fairey, que fez o cartaz da campanha presidencial de Barack Obama.

"Um amigo me arrumou esse estágio. Não poderia pedir um chefe melhor que 'Sheps'", diz Elden, que ganhou o apelido Baby.

O talentoso Elden já fez até uma pintura sobre uma das fotos da sessão que originou a capa do disco.

Embora tenha feito parte de um dos grandes álbuns do rock, ele nunca teve uma banda. "Eu gostaria de cantar em uma, mas nunca aconteceu".

O fotógrafo Kirk Weddle conta que o bebê da capa quase foi uma menina, mas a gravadora preferiu Elden.

Na verdade, a ideia original, que partiu de Cobain, era fotografar um parto na água, mas a opção foi descartada por ser muito difícil.

Na época, o fotógrafo pagou US$ 200 a um casal de amigos que lhe emprestou Elden, então com 4 meses.

"Spencer não sabia nadar. A mãe dele o segurou, mas ele chorou, então encerramos logo. Gastei meio rolo de filme e cinco minutos", conta.

Weddle não ganhou muito para registrar a imagem que se tornou símbolo dos anos 1990. Cobrou US$ 1.000 pela foto e US$ 500 pelos direitos para camisetas.
"Eu me tornei um herói quando tirei a foto. Meses depois, virei um fantasma", diz Weddle.

O que aconteceu após o lançamento de "Nevermind".


1991 - Nirvana lança o disco "Nevermind"
1992 - Disco tira Michael Jackson do topo
1993 - Nirvana vem ao Brasil e grava fita no Rio
1994 - Cobain se mata com um tiro na cabeça
1995 - Grohl lança o 1º disco com o Foo Fighters
1996 - Courtney retoma carreira no cinema
1997 - Novoselic lança 1º disco solo com Sweet 75
1998 - Filme "Kurt & Courtney" investiga o suicídio
1999 - "Nevermind" vende 10 milhões de cópias
2000 - Foo Fighters ganha o primeiro Grammy
2001 - Revista "Rolling Stone" recria capa
2002- Coletânea traz 1ª inédita de Nirvana em nove anos
2003 - Após overdose, Love perde a custódia da filha
2004 - Novoselic publica seu primeiro livro
2005 - Courtney Love recupera custódia da filha
2006 - Cobain passa Elvis como morto mais rico
2007 - Novoselic ganha coluna política em jornal
2008 - Novoselic apoia candidatura de Obama
2009 - Grohl forma o Them Crooked Vultures
2010 - Grohl e Novoselic tocam Nirvana juntos em show
2011 - Disco ganha reedição de 20 anos

sábado, 3 de setembro de 2011

PROGRAMA EDIÇÃO Nº 395


1) MINISTRY – N.W.O.
2) PANTERA – I’M BROKEN
3) TEQUILA BABY – 51
4) CACHORRO GRANDE – SEXPERIENCED
5) IDENTIDADE – A SÓS SEM PUDOR
6) RED HOT CHILI PEPPERS – THE ADVENTURES OF RAINDANCE MAGGIE
7) MGMT – KIDS

8) NIRVANA – JESUS DOESN’T WANT ME FOR A SUNBEAM (AO VIVO)
9) ARCTIC MONKEYS – DON’T SIT DOWN BECAUSE I’VE MOVED YOUR CHAIR
10) VANGUART – SE TIVER QUE SER NA BALA, VAI
11) AUTORAMAS – I SAW YOU SAYING
12) NEVILTON – PRESSUPOSTO
13) KINGS OF LEON – BACK DOWN SOUTH

14) PATTI SMITH – BECAUSE THE NIGHT
15) MISFITS – MONSTER NASH
16) BARÃO VERMELHO – BETH BALANÇO
17) CAMISA DE VÊNUS – SÓ O FIM (AO VIVO)
18) RAIMUNDOS – ME LAMBE
19) CLASH – SHOULD I STAY OR SHOULD I GO (AO VIVO)
20) OFFSPRING – I WANT YOU BAD

21) BAD RELIGION- DRUNK SINCERITY
22) NOFX – BOTTLES TO THE GROUND
23) CINDY FEIJÃO – ONDE ESTÃO OS ANJOS
24) CASCAVELLETES – HOMOSSEXUAL
25) BIDÊ OU BALDE – MESMO QUE MUDE
26) RADIOHEAD – HIGH AND DRY
27) U2 – STAY
28) BELLE AND SEBASTIAN – SCOOBY DIVER

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Baixe "In The Grace of Your Love", o novo disco do Rapture


Terceiro disco dessa ótima banda de disco-punk!

1. Sail Away 5:21
2. Miss You 4:10
3. Blue Bird 3:06
4. Come Back To Me 5:38
5. In The Grace Of Your Love 5:36
6. Never Die Again 3:59
7. Roller Coaster 3:41
8. Children 3:56
9. Can You Find A Way? 2:52
10. How Deep Is Your Love? 6:27
11. It Takes Time To Be a Man 5:41

LINK PARA DOWNLOAD:
http://www.wupload.com.br/file/136035335

Baixe Tropicália ou Panis et Circensis


Por ARNALDO ANTUNES

"A Tropicália mudou definitivamente nossa sensibilidade e mentalidade estética, política e comportamental, derrubando “as prateleiras, as estantes, as vidraças” entre o urbano e o rural, o interior e o litoral, o bom e o mau gosto, o popular e a vanguarda, o chiclete e a banana, o chique e o kitsch, o berimbau e a guitarra, o bangue-bangue e o tamborim, as raízes e as antenas, o luxo e o lixo (como no emblemático poema de Augusto de Campos, com todas as variantes positivas e negativas que podem sugerir as duas palavras, e os atritos entre elas).

Com uma lúcida compreensão da múltipla realidade brasileira, deu expressão às diversas vozes que a compõem, sem descaracterizá-las ou satirizá-las, sem esconder seus contrastes ou hierarquizá-las, mas criando condições para que elas aflorassem numa linguagem vigorosa, através de procedimentos (a colagem, a mistura, as fusões rítmicas e vocabulares, o construtivismo formal e a surpreendente espontaneidade) que as punham em situações inéditas de conexão ou confronto.

Batman e macumba, iê-iê e obá, viraram um amálgama sonoro-semântico (ou verbivocovisual, na expressão dos concretos), que rompia as fronteiras de preconceitos muito arraigados, inaugurando a possibilidade da convivência, sem traumas, de valores até então inconciliáveis.

A partir desse limite (ápice) não havia mais volta. A cultura plural, cosmopolita e libertária se instituiu como uma realidade palpável, abrindo caminho para novas experiências poético-musicais, que se desdobraram em várias outras linguagens.

É sintomático o fato do eixo dessa revolução ter se dado no terreno da música popular, integrando alta voltagem de invenção com a comunicação de massas (em conexão com a moda, o design, as histórias em quadrinhos, a televisão, o rádio, o cinema e a cultura pop de uma maneira geral), em lugar da literatura e das artes plásticas, em torno das quais se articularam outros marcos de nossa modernidade, como a Semana de 22 e a Exposição Nacional de Arte Concreta, de 56.

A Tropicália moldou e modulou uma síntese ácida e doce (“policiais vigiando/o sol batendo nas frutas/sangrando”, “hospitaleira amizade/brutalidade jardim”, “bomba e Brigitte Bardot”) da cultura brasileira, expondo suas nervuras e contradições mais profundas, e libertando-nos para assumi-las como uma possível identidade. O convívio com as diferenças e a exploração criativa de suas férteis colisões expôs um retrato vivo do Brasil daquele tempo, e dos Brasis de todos os tempos.

Este livro é uma reflexão sobre o disco-manifesto Tropicália, mas também um reflexo do que ele semeou. As diferentes abordagens, estilos, pontos de vista e criações gráficas a partir de suas doze canções, ilustram, em seu mosaico diversificado, o quanto aquelas conquistas encarnaram em nossa realidade cultural o espírito de invenção, de mistura, de afirmação vital das nossas potencialidades.

O Panis et circencis era só o começo."


TRACKLIST:

1. Miserere Nobis (Gilberto Gil – Capinan) 3:44 Intérprete: Gilberto Gil

2. Coração Materno (Vicente Celestino) 4:17 Intérprete: Caetano Veloso

3. Panis et Circencis (Caetano Veloso – Gilberto Gil) 3:35 Intérprete: Os Mutantes

4. Lindonéia (Caetano Veloso) 2:14 Intérprete: Nara Leão

5. Parque Industrial (Tom Zé) 3:16 Intérpretes: Caetano Veloso, Gal Costa, Tom Zé, Gilberto Gil e Os Mutantes

6. Geléia Geral (Gilberto Gil – Torquato Neto) 3:42 Intérprete: Gilberto Gil

7. Baby (Caetano Veloso) 3:31 Intérpretes: Caetano Veloso e Gal Costa

8. Três Caravelas (Las Tres Carabelas) (Algueiro Jr. – Moreau; versão em português: João de Barro) 3:06 Intérpretes: Caetano Veloso e Gilberto Gil

9. Enquanto Seu Lobo Não Vem (Caetano Veloso) 2:31 Intérpretes: Caetano Veloso

10. Mamãe, Coragem (Caetano Veloso – Torquato Neto) 2:30 Intérprete: Gal Costa

11. Bat Macumba (Caetano Veloso – Gilberto Gil) 2:33 Intérprete: Gilberto Gil

12. Hino ao Senhor do Bonfim (Artur de Sales – João Antônio Wanderley) 3:39 Intérpretes: Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Os Mutantes


LINK PARA DOWNLOAD:
http://www.megaupload.com/?d=SGXNTTUM

PARA SABER MAIS:
www.tropicalia.com.br

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Cheira a espírito adolescente


Por CRISTIANO VITECK

Nas últimas semanas tive mais alguns motivos para começar a desconfiar de que a meia idade tá batendo na porta da frente enquanto a juventude foge às pressas pela janela dos fundos... E nem é o fato de mais um aniversário estar se aproximando. Tem a ver com o simples fato de que coisas das quais eu gosto estão envelhecendo também.

O primeiro choque de realidade foi quando vi propaganda da exibição do filme “Seven – Sete Pecados Capitais” no canal de televisão TCM, especializado em séries e filmes antigos. . “Seven no TCM? Mas, eu vi esse filme na época de seu lançamento! Tô velho mesmo...”

Outra coisa que tem me lembrado que a vida passa num piscar de olhos são as celebrações dos 20 anos de lançamento do último grande disco de rock, o “Nevermind” do Nirvana. Vinte anos! Parece que foi ontem que entrei na hoje extinta Discomar e comprei a primeira cópia em vinil do álbum que chegou em Marechal Rondon. “Nirvana, mas que diabos é isso?”, todos perguntavam. Nos meus 14 anos eu não fazia muita ideia também, só tinha a certeza que era um barulho diferente de outras coisas barulhentas que meus amigos e eu costumávamos ouvir na época, como Guns n’ Roses, Megadeth, Iron Maiden e Judas Priest. Um barulho diferente... e melhor.

Duas décadas depois, aí estou eu animado outra vez com o disco “Nevermind”, que será relançado no próximo dia 27 em versões superluxo com tudo e muito mais que qualquer fã podia sonhar. E não se trata só de mais do mesmo, já que os pacotes especiais incluem DVD inédito, versões nunca lançadas e mais algumas músicas inéditas. Pra quem saca a importância desse álbum e do Nirvana para a cultura pop, não preciso dizer mais nada...

Chato que a figura chave de toda essa história não vai participar das comemorações. Ao contrário de mim, que envelheço a cada dia, Kurt Cobain para sempre terá 27 anos, já que decidiu estourar os próprios miolos no dia 5 de abril de 1994, deixando uma filha ainda bebê e uma viúva, a partir de então milionária.

Foi-se o homem, nasceu a lenda. A última dessa coisa louca chamada rock and roll. E restou “Nevermind”, esse clássico absoluto que, ao ouvi-lo, ainda faz qualquer sujeito de meia idade cheirar a espírito adolescente...